29 abril 2008

Público brasileiro pede três bis a Cesária Évora


Cize se apresentou-se aos brasileiros no último sábado, 26, durante a “Virada Cultural”, evento que invade diversas ruas de São Paulo durante 24 horas ininterruptas de shows. O entusiasmo do público levou a cantora a três bis.


Cesária fez uma apresentação de aproximadamente 1h15, relatam os principais jornais do país. O show da cantora cabo-verdiana, marcado para as 18h, inaugurou a programação do evento. Logo após a queima de fogos, Cize abriu o seu show com a música “Vaquinha Mansa”. E depois foi um não parar de emoções que, a cada música da nossa Diva, foram em crescendo até a sua retirada do palco que o público resiste em aceitar. E pede três bis A própria Cize, numa entrevista aos maiores jornais do Brasil confessou-sesurpresa com tamanha receptividade do público. “Já toquei muitas vezes no Brasil, mas nunca assim, com tanta gente. É um espectáculo magnífico, toda gente nas ruas, como eu nunca vi", disse a cantora à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

A cantora actuou no palco São João, o maior de todos. Segundo informações dos jornais, logo cedo já era possível observar um aglomerado de pessoas a gritar pelo nome de “Cesária”. A cantora entrou no palco em completo silêncio, a prestar atenção nos fãs, e apontou o dedo chamando atenção para uma bandeira de Cabo Verde estendida entre a multidão.

O jornal Estado de São Paulo destaca a história de Wellington Barbosa, 56 anos, que chegou cedo para conseguir um espaço na primeira fila, de frente ao palco. Wellington diz que colecciona todos os CDs da musa, mas que esta foi a primeira vez que a ouviu cantar ao vivo. “A virada é muito legal, mas Cesária é especial", confessou.

O jornal Folha de São Paulo destaca a presença do secretário municipal de cultura, Carlos Augusto Calil, no show de Cesária. O jornal também ressalta a história do casal Maria Inês Fiaschi, 63, e Luciano Fiaschi, 62, que moram em Perdizes, interior do estado, e viajaram até a capital só para assistir ao show. Cesária encerrou sua apresentação, por volta das 19h35, com o ritmo da música “Carnaval”. Na sequência a cantora passou o comando do palco aos artistas nacionais Gal Costa, Zé Ramalho e Os Mutantes.

A “Virada Cultural” é um evento gratuito que acontece anualmente pelas ruas de São Paulo, maior cidade brasileira. Para a maratona de 24 horas de show foram montados 26 palcos no centro da cidade, com cerca de 800 diferentes actividades a acontecer num único fim de semana. A edição deste ano bateu recorde de público, com a presença de mais de 4 milhões de pessoas.
in: asemana online

28 abril 2008

A música de Manuel d'Novas (10)

ÊSS PAÍS
(Morna - 1980)












Bem conchê
Êss Mindelo piquinino
Bem conchê
Sabura di nôs terra
Bem conchê
Êss paraíso di cretchêu
Qui nôs poeta cantá co amor
Na sês verso imortal, criôl
Quem ca conchê Mindelo
Ca conchê Cabo Verde

Bem disfrutá morabeza
Dêss povo franco sem igual
Li nô ca tem riqueza
Nô ca tem ôr
Nô ca tem diamante
Ma nô tem êss paz di Deus
Qui na mundo ca tem
E êss clima sábe qui Deus dόne
Bem conchê êss país



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Manuel de Jesus Lopes (Manuel d'Novas)
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A Música de Manuel d'Novas (9)

NÔS RAÇA
(Coladeira - 1978)












Papai bem dzêm qui raça qui nôs ê ό pai
Nôs raça ê preto má brónque burnid na vent
Burnid num temporal di escravatura ó fidjo
Um geraçôn di tuga co africano

Ês bem d’Europa farejá riqueza
Ês vendê fidjo di Africa na escravatura
Carregód na fund de porão di sês galera
Dibáxo de chicote ma jugo colonial

Alguns qui fcá pra lí gatchód na rótcha ó fidjo
Trançá má Tuga ês criá êss povo caboverdiano
Êss povo qui sofrê quinhentos óne di tortura, oioi
Êss povo qui revoltiá tabanka inter

Pa tmá sês liberdade q’ta competês na mund
Pa cabá co exploraçon duns gente racista e mau
Quê pás tomá sês terra quê pás governá
Pa criá progresso dêss povo Africano

Agora já sês reinado tchigá na fim nha fidjo
Nôs África inter ta fcá livre de sês maldade
Pa mostrá mundo inter sês dignidade di povo
Co sês direito humano universal

Pa nô bem participá na construção di um mundo
Um mundo novo di paz pa tud gente vivê
História qui já passá nô pôl num cónt à parte
Nô trá vingança e ódio di nôs coraçon




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Manuel de Jesus Lopes (Manuel d'Novas)
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“A Ilha dos Escravos” estreia na Praia

Depois de servir de cenário ao filme, a cidade da Praia recebeu, ontem, em ante-estreia de “A ilha dos escravos”, no Auditório Nacional.

O filme dirigido pelo português Francisco Manso foi inspirado na obra “O escravo”, escrito por José Evaristo Almeida em 1856. A trama situa-se no século XIX durante uma revolta de miguelistas exilados no arquipélago e envolve os desenlaces de amor do escravo João por sua patroa, filha de um fazendeiro da ilha de Santiago.

O orçamento total da obra custou aproximadamente dois milhões de euros, com participação dos actores nacionais Luís Évora e Josina Fortes, além de artistas brasileiros e portugueses como Vanessa Giácomo, Zezé Motta, Milton Gonçalves, Diogo Infante, Vítor Norte, José Eduardo, entre outros. “Para mim, o filme foi uma aventura muito interessante. Foi uma aprendizagem muito profícua e sinto muito orgulho de ter participado num trabalho com elenco de grandes actores”, diz Luís Évora no site oficial do filme.

Francisco Manso é autor de “O testamento do Sr. Nepumoceno” (1997), do documentário “Clandestinos” (2000) e das obras ainda inéditas “O último condenado à morte” e “Assalto a Santa Maria”. A exibição de “A ilha dos escravos” é uma parceria do CMP e do CCP-IC. A entrada é gratuita.
in: asemana online

25 abril 2008

Titina Rodrigues apresenta novo álbum no I Festival Lisboa Porto de Abrigo

A cantora cabo-verdiana Titina Rodrigues e a fadista portuguesa Raquel Tavares apresentam os seus novos álbuns no Festival Lisboa Porto de Abrigo, que decorrerá a partir de 01 de Maio no Teatro da Trindade, em Lisboa.

Titina, “uma das vozes emblemáticas” de Cabo Verde, apresenta dia 21 de Maio o seu mais recente álbum, “Cruel Destino”, ainda não editado em Portugal.
“Este Festival acolhe músicas que, tal como o Fado, são representativas de locais, regiões ou até ideologias, e que se ligam ao conceito de músicas do mundo”, disse Helder Moutinho, um dos organizadores do Festival.


“Por outro lado – acrescentou – enfatizamos o conceito de novidade com os artistas a apresentarem os seus mais recentes trabalhos, em alguns casos em estreia absoluta como acontece com Raquel Tavares e Titina”.

Inforpress/Lusa

23 abril 2008

Preparação de "Biografia dum Criôl" em imagens

Dí Fortes e Fernando Andrade num teste musical


O Pianista Fernando Andrade também assina o arranjo de vários trechos




Karina Lizardo e Dí Fortes - o par romântico



Os primeiros ensaios do texto

Atrás - Djay Fortes e Gui Monteiro

À frente - Maísa (já fora do projecto), e Dí Fortes



Paty Alfama, Romilda Silva, Nadira Delgado e Manú Lopes num ensaio musical

BIOGRAFIA DUM CRIÔL a nu

Cartaz concebido por Neu Lopes


SOBRE A PEÇA
Biografia dum Criôl é uma revista que retrata a vivência do crioulo de Mindelo, suas raízes, suas venturas e desventuras, conquistas e derrotas, sua vontade de emigrar e descobrir novas terras, a saudade, as frustrações e decepções, as partidas (entende-se peripécias), bem como o que mais nos faz viver – a nossa paródia. Enfim, a nossa cabo-verdianidade.
Esta é uma história vivida por quatro amigos de infância inseparáveis, das suas aventuras, seus amores e também seu amor à pátria.
Toda essa vivência é contada através da música do mais emblemático compositor e trovador mindelense e um dos maiores músicos cabo-verdianos de todos os tempos, Manuel d'Novas. Para isso foi feita uma recolha que engloba trinta e oito músicas cantadas sobre as mais diversas formas e mais de vinte referidas no texto que compõe a peça.
Uma obra que exigiu um trabalho bastante delicado, daí a complexidade da ficha técnica. Mais uma vez a SARRON.COM leva ao palco uma história que a barca a nossa cultura e cabo-verdianidade numa franca homenagem a Manuel d'Novas que completa 70 anos de idade este ano. Uma obra divertida, contagiante e que coquistou a todos que se envolveram nesse projecto.
Biografia dum Criôl estreia para o público mindelense no dia 30 de Maio no Auditório do Centro Cultural do Mindelo e estará aberto para outros palcos que desejarem acolher esse espectáculo.
FICHA TÉCNICA
Elenco
Dí Fortes (Djón), Djay Fortes (Naiss), Gui Monteiro (Frank), Karina Lizardo (Nhú), Manú Lopes (Zinha/Mãe de Djón), Mariza Santos (Tanha), Micau Zacarias (Djósa), Nadira Delgado (Nanda), Neu Lopes (Narrador/Nhô Grigôr), Osvaldo “Shaka” Santos (Djindja), Patrícia Alfama (Rosi), Romilda Silva (Xénxa/Professora Neusa)

As crianças:
Katy Conceição (Nhú/Filha de Nhú), Kleudir Lima (Naiss/Filho de Djindja), Mireille Delgado (Rosi/Filha de Nanda), Wesley Lopes (Djón/Djony), William Patrick (Djón)

Dramaturgia
Neu Lopes
baseada numa ideia original de Júlio Fortes

Encenação, recolha e Direcção musical
Neu Lopes

Arranjo de vozes
Margarida Martins e Neu Lopes

Cenografia
Colectivo

Figurinos
Neu Lopes e Manú Lopes

Concepção de figurinos
Boutique Soraia

Caracterização
Manú Lopes

Sonoplastia
Neu Lopes
Operação e design de som
Fonseca Soares e Daniel Cunha

Desenho de Luz
Anselmo Fortes
Iluminação
Faísca Luminotecnia

Carpintaria
Micau Zacarias

Promoção e imagem
Neu Lopes, SoDesenh, Costa&Costa
Músicos
Fernando Andrade(Piano e Arranjos)
Edson Lopes (Baixo)
CiPi (Cavaquinho)
Rossini Santos (Percussão)
Ivan Medina (Guitarras)
Ivan Gomes (Guitarras)
Jean Gomes (Harmónica)
Neu Lopes (Programação Midi e Arranjos)

Produção
SARRON.COM, 2008


Morreu Aimé Césaire

O poeta franco-caribenho Aimé Césaire, um dos fundadores de um importante movimento literário que celebra a consciência negra, a Negritude, morreu na Martinica, sua terra natal, informou o Ministério da Cultura francês. Cesaire, 94 anos, era edil de Fort-de-France, principal cidade da ilha.

Aimé Cesaire encontrava-se hospitalizado desde a semana passada com problemas no coração e outros. Os seus escritos fornecem uma visão aprofundada sobre a maneira como a França impôs a sua cultura aos cidadãos de origens diferentes no começo do século 20.

Césaire e o intelectual africano Leopold Senghor - que, mais tarde, seria presidente do Senegal - fundaram em 1934 o jornal "O Estudante Negro", que encorajava as pessoas a desenvolver a identidade negra.

O escritor ficou famoso com o livro de poemas "Cahier d’un Retour au Pays Natal" (Caderno de retorno ao meu país natal), escrito no fim dos anos 1930, no qual dizia: "A minha negritude não é uma torre ou uma catedral, ela mergulha na carne vermelha do solo". Os seus poemas expressam a degradação do povo negro no Caribe e descrevem a redescoberta de uma identidade africana. A sua influência entre os líderes africanos dos países de lingua portuguesa foi apreciável.

Aimé Césaire nasceu na Martinica, Antilhas, em 1913. Em 1931 ganhou uma bolsa de estudos e foi estudar em Paris. Em 1934 fundou a revista "O Estudante Negro", com Senghor e outros militantes do movimento. Em 1936 começou a escrever e três anos mais tarde retornou à Martinica. Em 1941 fundou a revista "Trópicos". A partir de 1945 iniciou carreira na política ao ser eleito prefeito da capital, Fort de France, chegando mais tarde a ser eleito também deputado.

Maestro Vitorino vem a Cabo Verde

O maestro português António Vitorino de Almeida vem a Cabo Verde este mês, a convite do Instituto Camões – Centro Cultural Português, para concertos nas cidades da Praia e do Mindelo. Compositor de renome, António Vitorino de Almeida é um homem de múltiplos talentos, com trabalhos nas áreas de televisão, cinema, teatro e escrita.

Na Praia, o concerto de António Vitorino de Almeida acontece no dia 25, sexta-feira, no Auditório do IC-CCP, no âmbito das celebrações dos 150 anos da capital de Cabo Verde. No Mindelo, o maestro português dá um espectáculo no dia 28, terça-feira, provavelmente no Pavilhão dos Salesianos. “São dois recitais comentados, em que o maestro António Vitorino de Almeida, à medida que vai tocando o piano, vai relatando a história das canções e dos seus autores”, explica João Neves, director do IC-CCP.

António Victorino Goulart de Medeiros e Almeida nasceu a 21 de Maio de 1940, no seio de uma família de artistas. O avô paterno, Achilles d’Almeida, era músico amador, poeta, autor e encenador de peças de teatro e a sua mãe, Maria Amélia Goulart de Medeiros, fez curta carreira de cantora lírica, sua avó, Odete Saint-Maurice, foi escritora e seu pai, Victorino d’Almeida, embora advogado, sempre incentivou António a desenvolver o gosto pela música.

E cedo António Vitorino de Almeida demonstrou o seu talento. Aos cinco anos compôs a primeira obra. Com sete anos deu a primeira audição e interpretou obras de Mozart e Beethoven, para além de duas peças de sua autoria. Frequentou o liceu em simultaneidade com o Curso Superior de Piano no Conservatónio Nacional de Lisboa, tendo concluído o curso com 19 valores e obteve uma bolsa de estudo do Instituto de Alta Cultura para estudar composição em Viena de Áustria, na Academia de Música.

Aluno do professor austríaco Karl Schiske, António Vitorino de Almeida concluiu a pós-graduação com a mais alta classificação dada por aquela escola: a distinção por unanimidade do júri e consequente prémio especial do Ministério da Cultura da Áustria. Ali fixou residência durante duas décadas, tendo exercido o cargo de adido cultural da Embaixada Portuguesa em Viena (1974-1981), o que lhe valeu uma condecoração atribuída pelo Presidente da República da Áustria.

De regresso a Portugal, leccionou cursos de musicologia na Universidade do Porto e em Tavira. Concertista e compositor, António Vitorino de Almeida também fez incursões nas áreas de cinema, televisão (como autor e apresentador de programas de música), escrita e rádio. A sua obra é muito vasta e abrange os mais variados géneros musicais, desde a ópera, à música sinfónica, de câmara, à música para cinema, teatro e fado.

Teresa Sofia Fortes
in: asemana online

15 abril 2008

IC-CCP APRESENTA EXPOSIÇÃO DE PINTURA DE TCHALÊ FIGUEIRA

Desde 14 do corrente mês, e até 24 de Abril, no âmbito do 150º aniversário da Cidade da Praia, o Instituto Camões - Centro Cultural Português, na Praia, exibe 6 telas de grande dimensão e 32 pinturas (acrílico e lápis de cor) sobre cartolina de Tchalê Figueira. As obras trazem uma minimilização no traço de Tchalê, sem que se perca a carga expressionista e a teatralidade das figuras que o pintor resgata da realidade para o domínio do objecto artístico e a quem a uma utilização criteriosa da cor acentua o dramatismo.
Sobre Tchalê a e exposição escreve Mário Lúcio no texto de apresentação: "quem pinta com tamanha dimensão é porque cedo soube que não ambiciona fazer da pintura uma leitura do mundo, mas propor com a pintura um mundo de leituras. De certo modo, a vida tal como a vemos é como um quadro de Tchalê: a diferença é que o quadro é real, a vida é ilusória. (...) Se existe algo que ainda e sempre pode salvar o Planeta humano é a simplicidade e nesta prática Tchalê vai à frente. Quem cria, traça; Quem executa, decalca."

12 abril 2008

Maria de Barros faz show em Angola



Maria de Barros actuou no passado dia 10 em Luanda, o seu primeiro espectáculo em solo angolano, depois de quase cinco meses de negociações com o proprietário da Rádio Vial, o empresário Víctor Almeida.


Segundo o mannager de Maria de Barros, Aldino Cardoso, nesta "operação Angola", a cantora faz-se acompanhar por oito músicos, entre os quais Zé Rui de Pina e Djosinha. A ideia era a realização de dois espectáculos em Luanda, no âmbito do programa Março Mulher, mas por questões de calendário e indisponibilidade Barros só agora se conseguiu assegurar a actuação.


Eleita personalidade "World Music" 2004, pela revista afro-americana "Essence", Maria de Barros nasceu no Senegal e cresceu na Mauritânia. Sua voz cristalina, doce e sensual, aliada ao estilo crioulo-latino-americano e a sua figura carismática deram-lhe uma dimensão universal.


A artista, cujo disco de estreia intitulou-se "Nha Mundo" e o seu segundo trabalho “Dança Ma Mi”, canta na maioria das vezes em crioulo, fazendo uma mistura invulgar de ritmos latinos, cubanos e africanos. Barros também interpreta bolero, samba e reggae.


Esta artista cabo-verdiana tem uma vida há muito ligada à música, reforçada depois do casamento com o baixista Mel Wilson Jr. Foi em Los Angeles, EUA, onde iniciou a sua descoberta pelo cenário latino, ao interpretar em espanhol ritmos mexicanos como bolero e música ranchera.

in: asemana online

Poeta Aimé Césaire em estado grave

O estado de saúde do poeta da Martinica Aimé Césaire, de 94 anos, hospitalizado desde quarta-feira devido a problemas cardíacos, «é preocupante», revelou sexta-feira o Centro Hospitalar de Fort-de-France.

Em comunicado, a unidade hospitalar refere que o estado clínico de Aimé Césaire “agravou-se nestes últimos dias”. Aimé Césaire foi um dos fundadores do Movimento Negritude, criado depois da II Guerra Mundial juntando escritores negros francófonos. O movimento emergiu da revista dos estudantes de Martinica “O Estudante Negro”, que reivindicava a identidade negra e a sua cultura contra a opressão cultural colonialista francesa. Além de poesia, Aimé Césaire tem uma vasta obra publicada nas áreas do teatro, ensaio e história. Neto do primeiro professor negro de Martinica, o escritor também abraçou a carreira política: foi presidente da Câmara de Fort-de-France durante 56 anos (1945-2001) e deputado (1945-1993). Natural de Basse-Pointe, onde nasceu a 26 de Junho de 1913, Aimé Césaire foi estudar aos 18 anos para Paris, cidade onde veio a conhecer o amigo Léopold Sédar Senghor, poeta e político senegalês (1906-2001) que se tornou no primeiro presidente do Senegal (1960-1980). Aimé Césaire regressou à Martinica, ilha das Antilhas francesas, aos 26 anos para dar aulas.Enquanto presidente da autarquia de Fort-de-France deu prioridade aos sectores da habitação, ensino e higiene e limpeza.

Fonte: Inforpress/ Lusa

Novo livro de Vadinho Velhinho apresentado por José Maria Neves

“Tenho o infinito trancado em casa” é o título do novo livro de poemas de Vadinho Velhinho Rodrigues, cujo lançamento está agendado para 17 de Abril, na Cidade da Praia.

A apresentação, prevista para as 18:15 horas, num dos restaurantes da capital, estará a cargo do primeiro-ministro, José Maria Neves, amigo pessoal do Vadinho Velhinho e pelo escritor Jorge Carlos Fonseca.

Editado pela Artiletra, 220 páginas, “Tenho o infinito trancado em casa” é o 4º livro de poemas de Valentinous Velhinho, mais conhecido por Vadinho Velhinho, e 5º do autor, depois de “Relâmpagos em Terra" (Poesia, 1995), “Adeus Loucura, Adeus” (Poesia, 1997), “No ponto de rebuçados” (Crónicas publicadas em jornais, 2001) e “O Túmulo da Fénix”, (poesia, 2003).

Nascido a 29 de Maio de 1961, em Calheta de São Miguel, interior de Santiago, Valentinous Velhinho é nome literário de Valdemar Valentino Velhinho Rodrigues, filho do conhecido professor primário e fotógrafo Nho Velhinho.

Vadinho Velhinho começou a escrever quando frequentava ainda o Seminário São José, na Praia. Eram livros aos quadradinhos, cowboiadas, policiais, aventuras, terror e mesmo contos de fadas, “ao gosto do freguês”, para agradar à malta do 1º ano, que, segundo ele, não tinha acesso à biblioteca.

Hoje, com colaborações dispersas por jornais e revistas, nomeadamente “Sopinha de Alfabeto”, “Fragmentos”, “Artiletra” e “VP Caderno2”, é, provavelmente, um dos nomes mais importantes da jovem da moderna poesia cabo-verdiana.

Poesia nocturna, onde a solidão, a morde, o olvido, a loucura, Deus e a consequente expulsão do paraíso são temas recorrentes dos seus livros de poesia.

Admirador confesso dos poetas portugueses Fernando Pessoa e Luís de Camões, do brasileiro Augusto Anjos e do cabo-verdiano Eugénio Tavares, Vadinho anunciou a publicação, para este ano ainda, de mais uma obra literária, “Noites ao cair da noite”.

JMV
Inforpress

Mayra distinguida Artista Revelação do prémio BBC World Music



A cantora cabo-verdiana Mayra Andrade, 22 anos, é a vencedora do Prémio BBC Rádio 3 World Music, na categoria Artista Revelação do Ano.

A cantora cabo-verdiana estava nomeada pelo álbum Navega, ao lado do grupo israelo-americano Balkan Beat Box, do grupo maliano Bassekou Kouyate & Ngoni ba e do cantor e guitarrista Vieux Farka Toure, também do Mali. Mayra era, à partida, uma das favoritas pois, não obstante ser mais conhecida no mundo francófono e lusófono, desde do ano passado que vem ganhando espaço no meio musical anglófono.

A artista, que recebeu o prémio na passada quinta-feira, numa cerimónia em Londres, manifestou aos familiares em Cabo Verde a sua alegria e reconhecimento por este prémio. Antes do receber o troféu a jovem diva cabo-verdiana interpretou dois temas do seu disco e encontra-se neste momento (20h30 de Cabo Verde) a preparar-se para entrar em palco outra vez, num concerto que se segue ao anúncio dos prémios.

«Navega» é álbum de estreia de Mayra Andrade, que ganhou destaque ao vencer a medalha de ouro dos jogos da francofonia aos 16 anos. Com vendas superiores a 10 mil exemplares o álbum já é disco de ouro.

Mayra estará em concerto este fim de semana - 12 e 13 - em França.
in: asemana online

"A Última Ceia" vai à Praia

"A Última Ceia" do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português - Instituto Camões será apresentada na Praia no dia 13 de Abril, às 19h00 e às 21h00 no Centro Cultural Português. Para quem não viu...

09 abril 2008

A Música de Manuel d´Novas (8)

BIOGRAFIA DUM CRIÔL
(1978)











Nêss mundo um nacê
Tudo nu peladim
Um’ bem ta espendê de tchôm
Um prendê sentá
Um’ prendê rastá
Ês insnam’ andá na tchom

Num ambiente modesto
Pobre e feliz
Ta bai de môm em môm um criá
Bençoádo pa nhôr Deus
Um’ prendê sorri

Um’ prendê tchmá mãe, mamãe
Um prendê conchê gente
Brincá, gritá e cantá

Depôs já grandim
Sabido um’ falá
Pa escola ês mandam’ bai
Pa prendê alê
Pa prendê contá
Prendê sina nha nome

Na nha juventude
Tude era banal
Na meio di bondade e amor
Mundo era ôte cosa
Co gente diferente
Tinha menos maldade ma ódio
Óne bá ta corrê
Nha mundo bá ta mudá

Um’ saí pa estrangêr
Rodeód de faristeu
Na meio di fêl ma sangue
Um’ tive sabe e margôse
Sete mar um corrê
Tudo sempre ta aventurá

Na evolução di vida
Ma preto, ma branco
Um conchê mundo inter na trôte
Ta buscá progresso
Ta cumpri um distino
Nêss mundo cigano qui Deus dam’
Ma um’ ta sinti feliz
Ter nascido cabo-Verdiano



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Manuel de Jesus Lopes (Manuel d'Novas)
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Harmonia

Atingimos as 10.000 visitas

Começamos a aventura do blog há um ano atrás, com a intenção de divulgar nossas actividades teatrais, assim como fazer conhecer o trabalho doutros grupos mindelenses. O Blog acabou atingindo uma dimensão maior, trazendo sempre posts actualizados sobre todos os ramos culturais e artigos de opiião sobre teatro, música, cinema ou ainda cultura em geral.
O Blog da SARRON.COM sofreu várias alterações e muitas melhorias. Ontem, 8 de Abril de 2008, atingimos as 10.000 visitas em um ano. E embora seja um número bastante modesto, nesta altura, www.sarronteatro.blogspot.com é um dos Blogs mais lidos do país e o n.º1 no que diz respeito ao teatro nacional. Inclusive alguns órgãos da Comunicação Nacional têm feito bom uso dele para divulgar nossas e outras notícias culturais.
Aproveitamos a oportunidade para agradecer a todos os nossos leitores/internautas que nos têm motivado a continuar com esta iniciativa.
SARRON.COM - Companhia de Teatro

06 abril 2008

Charlton Heston - THE END

Charlton Heston


Morreu ontem, 5 de Abril, o actor Charlton Heston. Com 84 anos, morre um dos mais emblemáticos actores da cena Hollywoodiana, com a doença de Parkinson.
Charlton Heston foi protagonista de filmes como O Planeta dos Macacos, Os Dez Mandamentos e Ben Hur (imagem), filme que lhe valeu o oscar de melhor actor em 1959.

Upgrade Formação Teatral (para reflexão)

Muito se fala dos cursos de iniciação teatral do Centro Cultural Português – Instituto Camões. E os que mais falam são pessoas, como eu, que tiveram a oportunidade de os terem frequentado. Muitos só entram por curiosidade, mas o grosso integra essa formação por amor ao teatro e na esperança de vir a pisar um palco, pelo menos uma vez na vida. Muitos que desistem se arrependem, tentando uma oportunidade nos anos seguintes. Foi uma iniciativa de louvar, que criou muitos actores, técnicos, encenadores, amantes do teatro e, sobretudo, um público cada vez mais exigente. Continua a fazê-lo e espero que continue essa ingrata caminhada.

A mais antiga e completa formação teatral do país (já conta com década e meia) tem conhecido vários melhoramentos, envolvendo professores e colaboradores que por aí já passaram como alunos e que adquiriram novos conhecimentos e experiências, muitas vezes noutras paragens. Porém, nota-se que o teatro em São Vicente tem conhecido uma grande evolução, pelo que as companhias teatrais reclamam cada vez mais formação. Penso que já não nos basta apenas um curso de iniciação teatral. Tal como o nome indica, é um curso limitado, e muita coisa fica por aprender. Aprende-se sempre, e muito bem, o básico e quem quer continuar e complementar seus conhecimentos e técnicas teatrais terá que se contentar com outros meios de estudo, escassos, e alguns curtíssimos workshops que vão aparecendo durante os festivais Mindelact.




Fala-se muito ainda (e salta à vista essa dura realidade) que São Vicente se tornou numa das ilhas esquecidas, comparando com o impulso económico, social e cultural que a ilha deu ao país noutros tempos. O desânimo generalizou-se e os jovens limitam-se ao “tchá ‘contecê”. Porém no meio deste tsunami maléfico há aqueles que tentam sobreviver, lutando e apresentando projectos e trabalho benéfico para a cultura da ilha e do país. É claro que, no que diz respeito ao teatro, essa luta de titãs não é fácil. Muitos actores e técnicos provenientes desses cursos (se calhar os que têm maior cotação artística) não estão disponíveis porque têm que trabalhar a duplicar para sobreviver, enquanto que têm que dividir o tempo com a família que, no entanto, constituíram. E, claro está, a arte de fazer teatro não compensa. As pessoas vão menos ao teatro (com excepção do que se passa no festival Mindelact), uma vez que não há dinheiro que sobre para esse “luxo”. Nem mesmo os actores têm dinheiro para irem ver os amigos e colegas de luta. Felizmente que as companhias têm uma certa cumplicidade entre si e, para cada espectáculo, as portas normalmente ficam abertas para todo o pessoal das artes cénicas. Os patrocínios também vão-se escasseando e certas empresas e entidades apoiam de forma insignificante ou simplesmente não apoiam os projectos das companhias, por mais interessantes, importantes e sérias que sejam. Algumas se acomodam no facto de apoiarem o festival Mindelact e dizem não terem conhecimento da lei do mecenato.

É claro que o público não vai gastar seu escasso dinheirinho num espectáculo de qualidade duvidosa. E as despesas aumentam para as companhias com campanhas de marketing. As companhias que já conquistaram o seu público fazem de tudo para não o perder, enquanto que as novas vão tentando conquistar o seu, à custa de muito suor e boa vontade. Os “mecenas” (eles também parte integrante desse público) tornaram-se mais exigentes e não apoiam um projecto mal apresentado e que não traga alguma contrapartida (pelo menos a nível publicitário). Nisso, os menos experientes vão ficando para trás.

Embora a comédia continue sendo o género de eleição do público mindelense, outros géneros ganham terreno. Entre os quais a tragédia, o teatro gestual e recentemente o musical. Porém são géneros que exigem mais das companhias, quer no campo da representação, como nos da técnica e da produção.

Com todas essas exigências que imperam, torna-se cada vez mais necessário a criação de condições técnicas e pedagógicas para apoiar quem queira continuar e aventurar-se na mais completa e complexa das artes. Além do mais, o teatro ainda não faz parte das opções universitárias nacionais, nesta mais que óbvia mudança de acto. Necessário já se torna uma formação com complementos leccionados de forma mais exaustiva como a dramaturgia, produção, sonoplastia, iluminação, promoção e marketing artístico, multimédia, música e canto, dança etc. Tudo isso sem pôr de parte uma mais exigente formação de actores no campo da interpretação, história do teatro universal, história do teatro cabo-verdiano e línguas. Não que esteja a ser exigente ou então um visionário. Pelo contrário, temos que ver um futuro do teatro com maior qualidade, com um público que crescerá com a nossa qualidade e diversidade de produção. E o teatro poderá ser um grande mercado de exportação de futuros apresentadores de televisão, técnicos, realizadores, guionistas e estrelas de séries, novelas e filmes que, acredito que estejam não muito longe de aparecer.

Nisso o Curso de Iniciação Teatral do CCP-IC continuará a ter sua importância, para ser mais tarde complementada com um curso mais avançado. Ou ainda esse curso terá de deixar de ser um curso para principiantes e se torne num curso mais abrangente, exigente, com maior qualidade e com mais formadores, garantindo assim um teatro sempre à frente. E, tendo em conta a história cultural e teatral desta ilha, o seu público ímpar e a polivalência e versatilidade de suas gentes que são actores natos, São Vicente deveria ser transformada num autêntico centro de formação das artes cénicas. Para a posteridade e desenvolvimento da cultura nacional.

Deixo essas palavras para reflexão.

Neu Lopes
SARRON.COM – Companhia de Teatro

05 abril 2008

Palácio da Cultura “Ildo Lobo” recebe maratona de teatro este mês

O Palácio da Cultura “Ildo Lobo”, na Praia, será palco, durante todo o mês de Abril, de uma maratona de teatro, com a participação de quase todos os grupos teatrais da capital.


Os espectáculos terão lugar sempre aos fins-de-semana, sextas, sábados e domingos, e contarão com a participação de, entre outros grupos, “Fidjus di Cabral”, “Finka Pé”, ADVIC e Grupo Cultural do Palácio da Cultura.
De acordo com o coordenador do Palácio da Cultura, Hélder Gonçalves, a primeira edição desta maratona teatral iniciará na segunda semana de Abril e pretende animar aquele espaço cultural até ao final do mês.
O objectivo é, segundo explicou esse responsável, dar maior visibilidade ao teatro praiense que, nas suas palavras, precisa de mais dinamismo.
“A Cidade da Praia precisa de maior dinâmica teatral. Não posso afirmar que não existe teatro na capital, mas, em existindo, falta-lhe a visibilidade necessária”, afirma este animador cultural, indicando que embora haja pessoas disponíveis para fazer o teatro, falta-lhes a formação necessária.
Nesta perspectiva, dentro da agenda do Palácio da Cultura para o mês de Abril, está agendada, com início na próxima segunda-feira, 7 de Março, um workshop de formação de actores.
Dirigida a vários públicos, esta acção de formação será assegurada três formadores, sendo Hélder Gonçalves um deles. Devido a limitação do espaço físico onde vão decorrer as aulas, as inscrições são limitadas a 15 pessoas.
Além das aulas práticas, que incluem história do teatro, os formandos vão trabalhar vários módulos relacionados com trabalho de actor, nomeadamente a postura do corpo como instrumento do teatro, técnica vocal, projecção da voz e outras ferramentas indispensáveis para a formação de actores.
No Palácio da Cultura continua a decorrer, por mais uma semana ainda, a exposição sobre a mulher cabo-verdiana. “Olhares diferentes sobre a mulher cabo-verdiana”, assim se chama a amostra de 44 quadros, organizada pelo Palácio, em parceria coma Organização das Mulheres da África Ocidental e que reúne trabalhos de cerca de uma dezena de artistas cabo-verdianos.


JMV - inforpress

Acordo Ortográfico é "unidade" e "valorização" da língua portuguesa no mundo, diz ministro da Cultura

Um acordo ortográfico entre todos os países de língua portuguesa vai dar unidade à língua e valorizá-la no mundo, defendeu o ministro da Cultura de Cabo Verde, Manuel Veiga.

"O acordo ortográfico vai ser uma grande medida para a valorização da língua portuguesa, que hoje é falada por 200 milhões de pessoas. Mas a nossa língua, neste momento, tem várias normas. Há a matriz de Portugal e a do Brasil e as instâncias internacionais têm dificuldade em utilizar a língua portuguesa porque não sabem qual é o modelo que se vai utilizar. Portanto o acordo ortográfico vai permitir a unidade da língua", disse Manuel Veiga à agência Lusa.

Cabo Verde já aprovou o acordo e foi um dos primeiros a proceder a sua ratificação.

Agora, segundo Manuel Veiga, se a Assembleia da República Portuguesa ratificar também o acordo outros países irão fazer o mesmo.

"É uma grande medida e com isso ganha a cultura, ganha a CPLP. Se todos os países assinarem e o acordo entrar em vigor será a grande medida para a valorização da língua portuguesa no mundo", defendeu o ministro.

Manuel Veiga reafirmou que os passos que Cabo Verde deveria dar já foram dados e que agora aguarda a concertação relativamente aos passos concretos a serem dados por todos os países quanto à implementação do acordo ortográfico.

"Cabo Verde já aprovou, já ratificou, mas os passos concretos que têm de ser dados têm que ser feitos em concertação entre os países, porque é um instrumento que todos nós vamos utilizar", explicou.

O ministro justificou a sua ausência na conferência internacional sobre o acordo ortográfico promovida pelo parlamento português, segunda-feira, com a demora do envio do convite por parte das autoridades portuguesas, que só recebeu no passado dia 1 de Abril, mas disse que gostaria de estar presente no encontro.

Manuel Veiga representou Cabo Verde desde 1986, enquanto linguista, no primeiro encontro sobre o acordo ortográfico, que teve lugar no Rio de Janeiro, e nos sucessivos realizados em Portugal.


Fonte: Inforpress/Lusa

Discurso de agradecimento pelo Prémio de Mérito Teatral 2008

Há quinze anos atrás, era eu bem novinha, vi um anúncio onde se lia: Curso de Expressão Corporal e Iniciação Teatral. Não pensei duas vezes, fui logo a correr inscrever-me. No dia 17 de Fevereiro de 1992, lá estava eu, juntamente com os outros, ansiosa, a espera na biblioteca do CCP, para ver quem era o professor, e mais curiosa ainda, para saber o que íamos fazer. Aí chegou o João todo entusiasmado e determinado que logo na sua primeira conversa, cativou-nos a todos para a arte de representar e pelo trabalho que pretendia realizar. Lembro-me que uma boa parte de nós, não tinha a mínima noção do que era fazer teatro. Confesso mesmo, que os primeiros exercícios de expressão corporal que fizemos, achei-os bem esquisitos.

Num ambiente de muita aprendizagem, descobertas, dedicação e humildade montámos a nossa primeira peça teatral – “Fome de 1947”- ainda como alunos do curso, que posteriormente se viria a transformar no GTCCP/IC.

Muito pouca gente viu, mas os que viram gostaram muito. E assim começámos a nossa caminhada. Tínhamos uma tarefa muito árdua pela frente – conquistar o público mindelense. Fazer com que as pessoas se interessassem por um teatro diferente, inovador e ousado. Não foi tarefa fácil, quase que implorava-mos às pessoas para irem ver as nossas peças e olhem que era de graça. Mas graças ao nosso grande esforço e dedicação hoje podemos dizer que atingimos o nosso objectivo que era, e é fazer sempre o nosso melhor e que as pessoas gostem.

Gostaria também de salientar aqui a importância preponderante que o grupo do CCP teve na criação do festival de teatro Mindelact e na formação da Associação Artística e Cultural Mindelact, pois todos os actores do grupo estiveram e estão ligados a vida da associação, que hoje reconhecidamente nos premeia com este magnífico Prémio de Mérito Teatral 2008.
Quero ainda dizer um grande obrigado ao João Branco por ter-nos levado a embarcar neste mundo fascinante do teatro, e outro grande obrigado ao Centro Cultural Português na pessoa de Doutora Ana Cordeiro, por tudo que tem feito pelo grupo.

Por isso e por muito mais, estou muito orgulhosa e feliz por estar aqui hoje a receber este prémio, em nome dos meus companheiros de grupo. Aproveito para agradecer, em meu nome próprio e em nome de todos, á Associação Mindelact pelo mesmo. Muito obrigada. E que GTCCP/IC continue a ser um nome de referência no cenário do teatro caboverdiano.
Sílvia Lima
Elemento fundador do GTCCP-IC

03 abril 2008

CAMPEONATO DA LÍNGUA PORTUGUESA DE LUSOFONIA – CABO VERDE VAI SER REPRESENTADO POR JANE DELGADO DA CRUZ, 15 ANOS

Aluna do Liceu Ludjero, no Mindelo, Jane Delgado da Cruz, vai participar no final do campeonato da língua Portuguesa de Lusofonia a realizar-se no dia 12 de Abril em Portugal e transmitido em directo na SIC Notícias.

Jane Delgado, conseguiu o apuramento entre cerca de 20 mil participantes e concorreu na categoria de menos de 15 anos. A jovem que participou no concurso via Internet, disse que as perguntas "não eram muito complicadas", mas era preciso estudar e pesquisar muito para responde-las correctamente. Para isso contou com o apoio do pai que é professor de Português, dos livros e da Internet.

O campeonato é promovido pelo Expresso, o Jornal de Letras, a SIC e a SIC Notícias entre outros parceiros e conta com o patrocínio exclusivo do BPI.

A final decorre no dia 12 de Abril no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém e será transmitida na SIC Notícias.

in: Expresso das Ilhas

02 abril 2008

S. Vicente pede melhores apoios e incentivos à lei do mecenato



Chega ao fim o prazo dos últimos inquéritos lançados pela SARRON.COM neste blog (31/03/08).
Analizando o Inquérito A, que pretende mostrar o que mais as Companhias teatrais mindelenses precisam, confirma-se o comentário de João Branco que acha que todos os pontos são importantes, dificultando uma melhor escolha. Porém, nota-se que a opinião tende-se mais para um maior envolvimento das entidades culturais do país e a necessidade de uma maior moderna e bem equipada sala de espectáculos.
Pede-se, no entanto, melhores apoios e incentivos à Lei do Mecenato, assim como formação profissional para os actores e fazedores de teatro. A profissionalização das companhias de teatro não está nos horizontes dos que opinaram nesse inquérito.
Quanto ao inquérito B, questionando sobre a possibilidade de haver prémios anuais para todas as categorias teatrais, não se revela uma prioridade. Até que 21,4% dos votantes acha que não estamos preparados para isso. Porém, 64,3% opina que seria um grande incentivo ao desenvolvimento qualitativo do teatro e que o Ministério da Cultura e a Câmara Municipal deveriam apoiar esta iniciativa a todos os níveis. 14,3% apoia essa iniciativa incondicionalmente.
Essas opiniões agora publicadas neste blog vêm mesmo a calhar numa altura em que o MC, Manuel Veiga, promete apoiar os grupos de teatro nacionais, em declaração por ele peoferida aos órgãos de comunicação social no passado dia 27 de Março, Dia Mundial do Teatro.
SARRON.COM

01 abril 2008

Ministério da Cultura elege sustentabilidade da Cultura como grande aposta

Praia, 01 Abr (Inforpress) – O ministro da Cultura, Manuel Veiga, afirmou, nesta terça-feira, que a questão da sustentabilidade da Cultura será a grande aposta do seu ministério nos próximos tempos. Em declarações à Inforpress, no término de uma reunião alargada de dois dias do Ministério da Cultura, Manuel Veiga explicou que a sustentabilidade da Cultura significará levá-la à Educação e qualificar os produtos culturais no país, no sentido de satisfazer o mercado da arte e dos próprios cabo-verdianos.

O encontro, que decorreu de 31de Março, a 1 de Abril, reuniu na Praia técnicos que trabalham directamente com a cultura, com vista a avaliarem as actividades desenvolvidas em 2007 e perspectivarem novos desafios.

Para o ministro da Cultura, para além socializar os relatórios de actividades na área da Cultura e perspectivar o ano de 2008, debruçaram-se, também, sobre o funcionamento dos vários institutos ligados ao ministério que tutela.

“Falou-se sobre o que está bem, mas também sobre o que está menos bem”, disse Manuel Veiga, indicando que há toda uma vontade de continuar a trabalhar para “melhorar as coisas que estão menos bem”.

Dos constrangimentos existentes, o titular da pasta da Cultura apontou as áreas financeiras, dos recursos humanos, de formação e qualificação, a insuficiência ou ausência legislativa e a inexistência de estudos sobre o mercado da arte.

Segundo Manuel Veiga, é preciso ligar a Cultura ao turismo, sobretudo que os investimentos que se fazem nesse sector tenham, de alguma maneira, uma ligação com o desenvolvimento cultural.

Lançando um olhar sobre a programação de actividades previstas para 2008, o ministro da Cultura destaca a realização, em Novembro, do fórum sobre Economia da Cultura e Desenvolvimento, que conta com o apoio técnico do Brasil.

No evento, serão discutidos temas como a promoção da inclusão cultural e da diversidade cultural, a contribuição da cultura para o desenvolvimento económico e social e o fortalecimento do mercado cultural de Cabo Verde.Além do Brasil, outros países como a Espanha, Portugal e Senegal participarão no Fórum, com vista a compartilhar experiências e trocas de informações.

Em 2008, Manuel Veiga apontou como marco, ainda, as comemorações do Décimo Aniversário da criação do Alfabeto Unificado para a Escrita do Crioulo (ALUPEC).

JMV
Inforpress