28 fevereiro 2008

A Música de Manuel d'Novas (7)

GÓTE PINTÓDE
(1978)











Hoje tud gót pintód
Ê um compositor na nôs terra
Jás proveitá viração d’história
Jás formá campanha
Pa bem sassiná nôs música
Co melodia robód
Na gente de porli
Na gente de porlá

Si música ê spedjo
Di cultura di um povo
Ca nôs fusilá nôs morna e coladêra
Ca nô sassiná cultura dêss povo
Ca nô contrariá
Espírito di Tavares e B.Leza

Si morna morrê
Nôs ligria já cabá
Ronco di violão, nôs luar nôs serenata
Ta fca sepultado na noites di história
Si cretcheu morrê
Cabo-Verde tambê já morrê



Direitos Reservados
(Editing/Publishing)

Manuel de Jesus Lopes (Manuel d'Novas)
SPA
SACEM
Africa Nostra
Harmonia

CARTAZ (3)

La Vie En Rose


Sinopse
A vida de Edith Piaf (Marion Cottilard, oscarizada como Melhor Actriz) foi sempre uma batalha. Abandonada pela mãe, foi criada pela avó, dona de um bordel na Normandia. Dos 3 aos 7 anos de idade fica cega, recuperando-se milagrosamente. Mais tarde vive com o pai alcoólatra, a quem abandona aos 15 anos para cantar nas ruas de Paris. Em 1935 é descoberta por um dono de um clube nocturno e neste mesmo ano grava seu primeiro disco. A vida sofrida é coroada com o sucesso internacional. Fama, dinheiro, amizades, mas também a constante vigilância da opinião pública.
Título Original: La Vie En Rose
Género: Drama
Duração: 140 minutos
Ano de Lançamento (França/Inglaterra): 2007
Realização: Olivier Dahan
Argumento: Isabelle Sobelman e Olivier Dahan
Produção: Alain Goldman
Música: Christopher Gunning
Fotografia: Tetsuo Nagata
Dessign de Produção: Olivier Raoux
Direcção Artística: Mick Lanaro, Beata Brendtnerovà, Laure Lepelley e Stanislas Reydellet Guarda-roupa: Marit Allen
Montagem: Richard Marizy
Efeitos Especiais: Rainmaker
Marion Cotillard (Edith Piaf), Sylvie Testud (Mômone), Pascal Greggory (Louis Barrier), Emmanuelle Seigner (Titine), Jean-Paul Rouve (Louis Gassion), Gérard Depardieu (Louis Leplée), Clotilde Courau (Anetta), Jean-Pierre Martins (Marcel Cerdan), Catherine Allégret (Louise), Marc Barbé (Raymond Asso), Caroline Sihol (Marlene Dietrich), Manon Chevallier (Edith Piaf - 5 anos), Pauline Burlet (Edith Piaf - 10 anos), Elisabeth Commelin (Danielle Bonel), Marc Gannot (Marc Bonel), Marie-Armelle Deguy (Marguerite Monnot), Alban Casterman (Charles Aznavour), Jil Aigrot (Edith Piaf - voz de canto)
Site Oficial: www.edithpiaf.com.br

Fim-de-semana em Concerto no MindelHotel

O Pub Alta Lua no MindelHotel recebe esta semana três nomes mindelenses para dois concertos; Diva actuará nesta Sexta-feira, 29 de Fevereiro às 23h30, juntamente com Biús, acompanhados por Jimmy (Baixo), Jorge (Bateria), Ivan (Guitarra), Brasa (Cavaquinho) e Cali (Teclado).
Já no Sábado, 1 de Março, sempre às 23h30, Biús volta a subir ao palco do Alta Lua, desta com Ilo Ferreira. Para acompanhar essas duas vozes do Mindelo estarão em palco Jimmy (Baixo), Jorge (Bateria), Ivan (Guitarra), Djessa (Cavaquinho) e Tchenta (Teclas).

27 fevereiro 2008

CARTAZ (2)


RAMBO IV

Sinopse

Uma guerra civil acontece há quase 60 anos na fronteira com a Birmânia, envolvendo os birmaneses e a tribo karen. John Rambo (Sylvester Stallone) vive no norte da Tailândia, onde pilota um barco no rio Salween. Cansado de lutar, Rambo leva uma vida simples e solitária, apenas acompanhando o fluxo de rebeldes e refugiados. Até que surgem Sarah Miller (Julie Benz) e Michael Burnett (Paul Schulze), dois missionários, que explicam que os birmaneses colocaram minas terrestres na estrada e que, por isso, precisam que Rambo os leve pelo rio. Inicialmente relutante, Rambo aceita a proposta. Mas duas semanas depois o pastor Artur Marsh (Ken Howard) procura-o, dizendo que os missionários foram capturados e que havia recolhido dinheiro para contratar mercenários para resgatá-los. O pastor agora quer que Rambo treine os mercenários, para que a missão deles possa ter sucesso.

Título Original: John Rambo

Género: Aventura/Acção

Duração: 91 minutos

Ano de Lançamento (EUA): 2008

Realização: Sylvester Stallone

Argumento: Art Monterastelli e Sylvester Stallone, baseado no personagem criado por David Morrell

Produção: Kevin King, Avi Lerner, Sylvester Stallone, Kevin King Templeton e John Thompson

Música: Brian Tyler

Fotografia: Glen MacPherson Desenho de Produção: Franco-Giacomo Carbone

Direcção Artística: Suchartanun "Kai" Kuladee Guarda-roupa: Lizz Wolf

Montagem: Sean Albertson

Elenco: Sylvester Stallone(John Rambo), Julie Benz (Sarah Miller), Graham McTavish (Lewis), Reynaldo Gallegos (Diaz), Jake La Botz (Reese), Tim Kang (En-Joo), Maung Maung Khin (Tint), Paul Schulze (Michael Burnett), Cameron Pearson (Jeff), Ken Howard (Pastor Arthur Marsh), Matthew Marsden.

Site Oficial: www.ramboiv.com.br

CARTAZ (1)


Este País Não É Para Velhos

Texas, década de 80. Um traficante de drogas é encontrado no deserto por um caçador pouco esperto, Llewelyn Moss (Josh Brolin), que rouba uma mala cheia de dinheiro mesmo sabendo que em breve alguém irá procurá-lo. Logo Anton Chigurh (Javier Bardem), um assassino psicótico sem senso de humor e piedade, é enviado em seu encalço. Porém para alcançar Moss ele precisará passar pelo xerife local, Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones).

Título Original: No Country for Old Men
Género: Drama
Duração: 122 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Realização: Ethan Coen e Joel Cohen
Argumento: Ethan Coen e Joel Coen, baseado num livro de Cormac McCarthy
Produção: Ethan Coen, Joel Coen e Scott Rudin
Música: Carter Burwell
Fotografia: Roger Deakins
Direcção de Artística: John P. Goldsmith
Guarda-roupa: Mary Zophres
Montagem: Ethan Coen e Joel Coen
Efeitos Especiais: Luma Pictures / Tinsley Transfers

Elenco:
Tommy Lee Jones (Ed Tom Bell), Javier Bardem (Anton Chigurh), Josh Brolin (Llewelyn Moss), Woody Harelson (Carson Wells), Kelly Macdonald (Carla Jean Moss), Garrett Dillahunt (Wendell), Tess Harper (Loretta Bell), Barry Corbin (Ellis), Beth Grant (Agnes), Kit Gwin (Molly), Rodger Boyce (Xerife de El Paso)

Site Oficial: http://www.nocountryforoldmen.com

And The Oscar goes to...

Digno da classe, a noite dos óscars foi um fenómeno. Como sempre, muita cor, muita luz, muito glamour. Uma noite em que The Bourne Ultimatum levou as estatuetas das principais categorias técnicas e No Country for Old Men foi real imperador, levando os óscars para melhor filme, melhor realizador, melhor argumento adaptado e melhor actor secundário (o espanhol Javier Bardem). Um dado curioso é o facto de nehum actor norte-americano ter arrebatado alguma estatueta nas suas categorias. Para melhor actriz foi galardoada a francesa Marion Cotillard para La vie en rose, um filme que retrata a vida da cantora Édit Piaff.
Deixamos agora a lista dos galardoados da noite:
Melhor Actor Secundário
Javier Bardem - No Country fo Old Men
Efeitos Especiais
The golden Compass
Melhor filme de animação
Ratatouille
Melhor curta-metragem
Le Mozart des Pickpockets
Melhor curta-metragem de animação
Peter and The Wolf
Melhor Guarda-roupa
Elizabeth - The Golden Age
Melhor Maquilhagem
La Vie en Rose
Melhor Actriz Secundéria
Tilda Swinton
Melhor Documentário de Curta-metragem
Freeheld
Melhor Documentário
Taxi to the dark side
Melhor Direcção Artística
Sweeney Todd The Demon Barber of Fleet Street
Melhor Banda Sonora
Atonement
Melhores Efeitos Sonoros
The Bourne Ultimatum
Melhor Som
The Bourne Ultimatum
Melhor Montagem
The Bourne Ultimatum
Melhor Canção Original
Once
Melhor Filme em língua estrangeira
The Counterfeiters (Alemanha)
Melhor Actor
Daniel Day-Lewis - There Will Be Blood
Melhor Fotografia
There Will Be Blood
Melhor Actriz
Marion Cotillard - La Vie en Rose
Melhor Argumento Adaptado
No Country For Old Men
Melhor Argumento Original
Juno
Melhor Realizador
Joel Coen e Ethan Coen - No Country For Old Men
Melhor Filme
No Country For Old Men

Vigésima terceira Feira do Livro Português abre portas esta semana

O Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro e o Instituto Camões levam a cabo a XXIII Feira do Livro Português. A abertura terá lugar na tarde do dia 29, Sexta-feira. A feira estará patente no Centro Cultural do Mindelo. Mais uma ocasião para adquirir títulos importantes que vão desde o romance, literatura cabo-verdiana e portuguesa a títulos científicos e didáticos.
Uma semana depois, mais precisamente no dia 7 de Março, inserido nessa feira, será lançado o segundo volume da Colecção Teatro, uma obra dramatúrgica incluindo cinco peças de Mário Lúcio Sousa.
Recorda-se que o número de estreia apresentou peças do dramaturgo Espírito Santo.

Vasco Martins vai estar em concerto no CCM


Por ocasião da realização da XXIII Feira do Livro Português, o Centro Cultural Português - Instituto Camões apresenta um concerto com o músico Vasco Martins. no Centro Cultural do Mindelo no dia 29 às 21h30. Será um concerto para piano num ambiente íntimo com música de excelente qualidade.

26 fevereiro 2008

Corsino Fortes na antologia Palavra do Mundo

O poema “Não há fonte que não beba da fronte deste homem”, de Corsino Fortes acaba de ser publicado em Havana (Cuba), numa cerimónia que teve lugar na sede da União de Escritores e Artistas de Cuba (UNEAC), como parte da antologia de poesia Palavra do Mundo, um dos mais representativos da poesia vanguardista e contemporânea.

Conforme noticia a agência noticiosa AngolaPress, que cita os organizadores, o livro, editado sob a chancela da Colecção Sul, traz obras de poetas de diversas línguas, geografias e culturas, tendências estéticas e filosóficas, dinâmicas geracionais e maneira de assumir a poesia e o acto poético.
São os porta-vozes do mais genuíno pensamento literário contemporâneo em defesa da humanidade, tais como Ernesto Cardenal (Nicarágua), Thiago de Melo (Brasil) Miguel Barnet (Cuba)), Eugeni Entushenko (Rússia), Dario Alvisio (Itália) Elena L. Popescu (Roménia), Fernando Aguiar (Portugal), Benjamím Prado (Espanha), Tito Alvarado (Chile), António Gonçalves (Angola).
Corsino Fortes nasceu em São Vicente, em 1933. Formou-se em Direito em Lisboa em 1966. Ali, após a independência de Cabo Verde em 1975, tornou-se Embaixador por certo tempo. De 2003 a 2006 foi presidente da Associação dos Escritores de Cabo Verde.
Tem vários livros publicados: “Pão & Fonema”, “Árvore & Tambor”, “Pedras de Sol” e “Substância”, reunidos na trilogia “A Cabeça Calva de Deus”. Os seus textos fazem parte de várias outras antologias em língua inglesa, brasileira, francesa, italiana, holandesa, entre outras.
De acordo com o poeta português João Rasteiro, na poesia de Corsino Fortes “a insularidade de Cabo Verde aflora numa sintaxe fragmentária e em síncopes”. Nisso, continua Rasteiro, “há a expressão directa e o coloquialismo, ao lado, às vezes, de um tom alto, sempre contrastado por inflexão brutal, vigorosa”. E assim, conclui o poeta luso, Corsino Fortes consegue que nos seus poemas habitem “os arquipélagos por fora e por dentro”.

TSF
in: asemana online

A música de Manuel d'Novas (6)

APOCALIPSE
(1985)

Pa que tónte maldade nesse mundo
Se nô ta li sô pa um segundo

Pa que tónte inamizade
Pa gerá infelicidade


Pa que tónte industria de guerra
Se nô podê criá paz na terra (medjôr ê pensá)

Hôme ta cheio di malvadeza
Sem respeito pa natureza (ô deus valêno)

Tónte invento na planeta
Tónte coitóde pa maneta (sem sês hora tchegá)

Monopólio de um cambada
Ê distino di nôs vida

Cada hora um notícia
Cada minuto um malícia

Desarmamento ê conversa
Pa banquete e vice versa

Ê fartura num ponta
Ê miséria not ponta

Mundo ta pior q’um jogo de póca
Ca bô mandáme calá boca (um’ t’ta dzê verdade)

Nô ti ta vivê debóx d’ ameaça
Dum flagelo pa tud raça

Mundo podia ser ôte cosa
Vida podia ser côr de rosa

Si nôs tudo podia juntá môm
Co Deus e amor na coraçôm

Ma Bíblia ta flá
Na Apocalipse


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Manuel de Jesus Lopes (Manuel d'Novas)
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A música de Manuel d'Novas (5)

TALIANINHA
(Coladeira - 1969)


Góstordia um’ encontá um flana
Que dam’ bonôte num linga estrónhe
Ela era um dês crióla italiana
Um’ sube pa bóca dum buldónhe

Nôs terra ta chei di estrangêra
Nô ta conchês na sês manêra
Di maquiagem e cabêl pustice
Pa bem pô criôl na rabolice

Talianinha marozinha
Bem exibí li na bô terra
Oiá cma bô ta madurinhaJá bô bem pô criôl na guerra


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Manuel de Jesus Lopes (Manuel d'Novas)
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22 fevereiro 2008

Fim de Semana Musical no Pub Alta Lua


Este fim de semana o Mindelhotel e o Pub Alta Lua brinda-nos com dois grandes concertos. Hoje, 22 de Fevereiro, Sexta-feira, às 23h30 subirá ao palco o cantor salense Mirri Lobo acompanhado pelos músicos Bau, Nolito, Chico Serra, Djessa e Micau. Momentos inesquecíceis com música tradicional cabo-verdiana.
Amanhã, Sábado, será a vez dos instrumentistas Teck (Saxofone) e Tolas (Guitarra) apresentarem seu projecto conjunto Som das Ilhas, sempre à mesma hora. O músico convidado será Biús.
Razões fortes para preferir o Midelhotel para escutar música nacional de qualidade.

20 fevereiro 2008

HABIB KOITE estará em concerto no Mindelo

O Músico maliano Habib Koite estará em concerto no próximo Sábado, 23 de Fevereiro no largo da Praça Dom Luís, a convite da Alliance Française du Mindelo. Uma oportunidade dos mindelenses saborearem uma música e ritmo africanos cheia de expressividade.
Artista Maliano de renome internacional, Habib Koite nasceu em 1958 em Thiés, uma cidade senegalesa situada sobre o caminho-de-ferro que liga Dakar a Niger, cuja construção contou com a participação de seu pai. Seis meses após seu nascimento sua família deslocou-se a Kayes, Mali, capital regional do Oeste, após Bamako.
Originário de uma família de griots da etnia khassonké, Habib Koite cresceu entre desassete irmãos e irmãs.
Dono de uma voz e de uma mestria com a guitarra inconfundíveis, Habib e um símbolo da música africana, tendo efetuado diversos concertos no seu país natal e por terras africanas. Tem tido a oportunidade de atravessar o mundo, tendo já efectuado espectáculos na Europa em países como França e Bélgica e Estados Unidos.
Do seu curriculum constam quatro álbuns de originais, um duplo CD e participações e nos projectos Putomayo, tornando-o num dos nomes de referência da world music, valendo-lhe um segundo lugar no World Music Charts Europe em 1998. Participou em projectos com músicos como o bluesman Eric Bibb (na vasta descoberta das raízes africanas do blues pelo público americano), o Art Ensemble of Chicago, a diva do wassoulou Oumou Sangaré, Jackson Browne e ainda Bonnie Raitt que o convidaria para participar no seu álbum “Silver Lining”.
“Fôly”, um duplo CD gravado ao vivo e lançado em 2003 é o testemunho da força da música de Habib Koité imortalizado em mais de 1000 concertos em 13 anos de carreira (1994-2006).
E agora “Afriki” marca o grande regresso de Habib Koite & Bamada, conjugando maravilhosamente melodias místicas, raízes folk e ritmos embelezados, encontro perfeito da modernidade e da tradição.

18 fevereiro 2008

SARRON.COM recebe visita de Vítor Lima

Vítor Lima - Contratenor


O Ensaio da Sarron.com recebeu na passada semana a visita do cantor lírico Vítor Lima a convite da Professora Margarida Brito. Com a maior das humildades passou à troupe muitas de suas experiências, através de vários exercícios de voz, canto e dicção.

Vítor Lima nasceu em 1965, em Viana do Castelo.Iniciou os seus estudos como contratenor na Academia de Música de Viana do Castelo, com o professor Rui Taveira. Completou o Curso de Canto em 1991 e, actualmente, frequenta o Curso Livre. Em simultâneo, concluiu a Licenciatura em Ensino de Música na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Frequentou cursos de Pedagogia Musical com Jos Wuytack, Pierre van Hauwe e aperfeiçoamento em canto, com José Oliveira Lopes, Max van Egmond, Matthias Gerchen e Jill Feeldman. Tem realizado recitais de Música Barroca e Renascentista. Colaborou como solista com: a Orquestra da Escola Profissional de Música de Viana do Castelo, em Stabat Mater de Pergolesi; Orquestra de Câmara da Universidade de Vigo, nos Stabat Mater de Vivaldi e de Pergolesi, com a Orquestra ARTAVE sob a direcção de António Soares, em Glória de Vivaldi e O Messias de Haendel, com a Orquestra Sinfónica Norte Cultural, sob a direcção do maestro José Ferreira Lobo, em O Messias de Haendel.Integra habitualmente os grupos de música de câmara Ensemble 14 14 e Collegium MusicumActualmente é docente na Escola Preparatória de Vila Praia de ncora, Academia de Música de Viana do Castelo e Escola Superior de Educação de Viana e integra a equipa de docentes galardoados com o 1º Prémio do Concurso Nacional de Projectos de Inovação no Ensino, atribuído pelo Instituto de Inovação Educacional - Ministério da Educação de Portugal no ano de 1997.Possuidor de um timbre de voz raro - contratenor - é no momento uma das vozes mais promissoras ao nível dos jovens cantores nacionais. Com uma já vasta carreira no território nacional e em âmbito internacional, e muito embora colabore regularmente com projectos musicais de diversas áreas da música erudita, é, contudo, um especialista em música barroca.
O natureza da sua voz é de qualidade incontestável, reconhecido por Jill Feeldman, Max van Egmond e Matthias Gerchen - especialistas de renome mundial neste género musical
.

12 fevereiro 2008

Está aberta a corrida aos oscars



Atonement - Um dos nomeados para o óscar de melhor filme

O mais importante acontecimento cinematográfico do ano está prestes a acontecer. No dia 24 de Fevereiro de 2008, Domingo ficaremos a conhecer o veredito para todas as nomeações para a estatueta dourada naquela que será a sua 80.ª edição.

Esse espectáculo de estrelas e fashion será transmitido pela TVI e, é claro nós faremos de tudo para não faltar.

Fica aqui a lista dos nomeados.

Melhor Actor
George Clooney para "Michael Clayton" (Warner Bros.)
Daniel Day-Lewis para "There Will Be Blood" (Paramount Vantage e Miramax)
Johnny Depp para "Sweeney Todd The Demon Barber of Fleet Street" (DreamWorks e Warner Bros.)
Tommy Lee Jones para "In the Valley of Elah" (Warner Independent)
Viggo Mortensen para "Eastern Promises" (Focus Features)

Melhor Actor Secundário
Casey Affleck para "The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford" (Warner Bros.)
Javier Bardem para "No Country for Old Men" (Miramax e Paramount Vantage)
Philip Seymour Hoffman para "Charlie Wilson's War" (Universal)
Hal Holbrook para "Into the Wild" (Paramount Vantage e River Road Entertainment)
Tom Wilkinson para "Michael Clayton" (Warner Bros.)

Melhor Actriz
Cate Blanchett para "Elizabeth: The Golden Age" (Universal)
Julie Christie para "Away from Her" (Lionsgate)
Marion Cotillard para "La Vie en Rose" (Picturehouse)
Laura Linney para "The Savages" (Fox Searchlight)
Ellen Page para "Juno" (A Mandate Pictures/Mr. Mudd Production)

Melhor Actriz Secundária
Cate Blanchett para "I'm Not There" (The Weinstein Company)
Ruby Dee para "American Gangster" (Universal)
Saoirse Ronan para "Atonement" (Focus Features)
Amy Ryan para "Gone Baby Gone" (Miramax)
Tilda Swinton para "Michael Clayton" (Warner Bros.)

Direcção Artística
"American Gangster" (Universal)
"Atonement" (Focus Features)
"The Golden Compass" (New Line e Ingenious Film Partners)
"Sweeney Todd The Demon Barber of Fleet Street" (DreamWorks e Warner Bros.)
"There Will Be Blood" (Paramount Vantage e Miramax)

Cinematografia
"The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford"::: Roger Deakins
"Atonement"::: Seamus McGarvey
"The Diving Bell and the Butterfly"::: Janusz Kaminski
"No Country for Old Men"::: Roger Deakins
"There Will Be Blood"::: Robert Elswit

Guarda Roupa
"Across the Universe"::: Albert Wolsky
"Atonement"::: Jacqueline Durran
"Elizabeth: The Golden Age"::: Alexandra Byrne
"La Vie en Rose"::: Marit Allen
"Sweeney Todd The Demon Barber of Fleet Street"::: Colleen Atwood


Ratatouille - Um dos nomeados para o óscar de melhor filme de animação


Melhor Filme de Animação
"Persepolis" (Sony Pictures Classics)::: Marjane Satrapi and Vincent Paronnaud
"Ratatouille" (Walt Disney)::: Brad Bird
"Surf's Up" (Sony Pictures Releasing)::: Ash Brannon and Chris Buck


Melhor Realizador
"The Diving Bell and the Butterfly":::Julian Schnabel
"Juno"::: Jason Reitman
"Michael Clayton"::: Tony Gilroy
"No Country for Old Men"::: Joel Coen and Ethan Coen
"There Will Be Blood"::: Paul Thomas Anderson

Melhor Documentário

"No End in Sight"::: Charles Ferguson e Audrey Marrs
"Operation Homecoming: Writing the Wartime Experience"::: Richard E. Robbins
"Sicko"::: Michael Moore and Meghan O'Hara
"Taxi to the Dark Side"::: Alex Gibney and Eva Orner
"War/Dance"::: Andrea Nix Fine and Sean Fine

Melhor Documentário de Curta Metragem
"Freeheld"::: Cynthia Wade and Vanessa Roth
"La Corona (The Crown)"::: Amanda Micheli and Isabel Vega
"Salim Baba"::: Tim Sternberg and Francisco Bello
"Sari's Mother"::: James Longley

Montagem
"The Bourne Ultimatum"::: Christopher Rouse
"The Diving Bell and the Butterfly"::: Juliette Welfling
"Into the Wild"::: Jay Cassidy
"No Country for Old Men"::: Roderick Jaynes
"There Will Be Blood"::: Dylan Tichenor

Melhor Filme de Língua Estrangeira
"Beaufort"::: Israel
"The Counterfeiters"::: Áustria
"Katyn"::: Polónia
"Mongol"::: Cazaquistão
"12"::: Rússia

Caracterização
"La Vie en Rose"::: Didier Lavergne and Jan Archibald
"Norbit"::: Rick Baker and Kazuhiro Tsuji
"Pirates of the Caribbean: At World's End"::: Ve Neill and Martin Samuel

Melhor Banda Sonora Original
"Atonement"::: Dario Marianelli
"The Kite Runner"::: Alberto Iglesias
"Michael Clayton"::: James Newton Howard
"Ratatouille"::: Michael Giacchino
"3:10 to Yuma"::: Marco Beltrami

Melhor Canção
Falling Slowly por "Once"::: Música e Letra de Glen Hansard e Marketa Irglova
Happy Working Song por "Enchanted"::: Música de
Alan Menken, Letra de Stephen Schwartz
Raise It Up por "August Rush"::: Música e Letra de Jamal Joseph, Charles Mack e Tevin Thomas
So Close por "Enchanted"::: Música de Alan Menken, Letra de Stephen Schwartz
That's How You Know por "Enchanted"::: Música de Alan Menken, Letra Stephen Schwartz

Melhor Filme
"Atonement"::: Tim Bevan, Eric Fellner e Paul Webster
"Juno"::: Lianne Halfon, Mason Novick e Russell Smith
"Michael Clayton"::: Sydney Pollack, Jennifer Fox e Kerry Orent
"No Country for Old Men"::: Scott Rudin, Ethan Coen e Joel Coen
"There Will Be Blood"::: JoAnne Sellar, Paul Thomas Anderson e Daniel Lupi

Melhor Curta Metragem de Animação
"I Met the Walrus"::: Josh Raskin
"Madame Tutli-Putli"::: Chris Lavis e Maciek Szczerbowski
"Même les Pigeons Vont au Paradis (Even Pigeons Go to Heaven)"::: Samuel Tourneux e Simon Vanesse
"My Love (Moya Lyubov)"::: Alexander Petrov
"Peter & the Wolf"::: Suzie Templeton and Hugh Welchman

Melhor Filme de Curta Metragem
"At Night"::: Christian E. Christiansen e Louise Vesth
"Il Supplente (The Substitute)"::: Andrea Jublin
"Le Mozart des Pickpockets (The Mozart of Pickpockets)"::: Philippe Pollet-Villard
"Tanghi Argentini"::: Guido Thys and Anja Daelemans
"The Tonto Woman"::: Daniel Barber and Matthew Brown

Melhores Efeitos Sonoros
"The Bourne Ultimatum"::: Karen Baker Landers e Per Hallberg
"No Country for Old Men"::: Skip Lievsay
"Ratatouille"::: Randy Thom e Michael Silvers
"There Will Be Blood"::: Christopher Scarabosio e Matthew Wood
"Transformers"::: Ethan Van der Ryn e Mike Hopkins

Melhor Som
"The Bourne Ultimatum":: Scott Millan, David Parker e Kirk Francis
"No Country for Old Men"::: Skip Lievsay, Craig Berkey, Greg Orloff e Peter Kurland
"Ratatouille"::: Randy Thom, Michael Semanick e Doc Kane
"3:10 to Yuma"::: Paul Massey, David Giammarco e Jim Stuebe
"Transformers"::: Kevin O'Connell, Greg P. Russell e Peter J. Devlin

Melhores Efeitos Especiais
"The Golden Compass"::: Michael Fink, Bill Westenhofer, Ben Morris e Trevor Wood
"Pirates of the Caribbean: At World's End"::: John Knoll, Hal Hickel, Charles Gibson e John Frazier
"Transformers"::: Scott Farrar, Scott Benza, Russell Earl e John Frazier

Melhor Argumento Adaptado
"Atonement"::: Christopher Hampton
"Away from Her"::: Sarah Polley
"The Diving Bell and the Butterfly"::: Ronald Harwood
"No Country for Old Men"::: Joel Coen e Ethan Coen
"There Will Be Blood"::: Paul Thomas Anderson

Melhor Argumento Original
"Juno"::: Diablo Cody
"Lars and the Real Girl"::: Nancy Oliver
"Michael Clayton"::: Tony Gilroy
"Ratatouille"::: Brad Bird, Jan Pinkava, Jim Capobianco e Brad Bird
"The Savages"::: Tamara Jenkins


Faça agora as suas apostas!!

"Um Vez Soncente Era Sábe" à frente no inquérito proposto pela Sarron.com

No inquérito proposto pela Sarron.com - Companhia de Teatro que perguntava sobre a preferência dos espectadores sobre os espectáculos da companhia, a peça "Um Vez Soncente Era Sábe" ficou à frente das outras preferâncias. Segue-se "Um cinquintinha" e em último lugar "Upgrade (Bô) Democracia".

:::Resultados do inquérito:::

Upgrade (Bô) Democracia - 14,5%
Um Vez Soncente Era Sábe - 69,4%
Um Cinquintinha - 16,1%

Propomos agora um novo inquérito:
"O QUE PENSA QUE PODERÁ LEVAR A SARRON.COM AO SUCESSO?"
1. A dinâmica da jovem equipa
2. A prioridade dada a temas que destacam a nossa cultura e raízes
3. O facto de trabalhar com elementos de outras companhias
4. Trabalhar musicais e teatro de revista

11 fevereiro 2008

TC em Digresão por Portugal



A Boys Band caboverdiana TC estará em Portugal durante o mês de Fevereiro para concertos, divulgando seu primeiro trabalho discográfico "By TC".


CALENDÁRIO DE SHOWS

Dia 15 - Discoteca Mussulo - Lisboa
Dia 16 - JB CLUB - Braga
Dia 22 - Discoteca LUANDA - lisboa

A Música de Manuel d'Novas (4)

CONTRATEMPO
(Coladeira - 1978)


Ó morininha
Dtchám pertób na nha peito
Pam’ bem baiób na contratempo
Na estilo di gente antigue
Ó crióla di nha terra
Dam’ bô sorriso
Bô perfume assim cma rosa
Tud ternura qui bô tem
Cada dia más fofinha
Deusa crióla di nha vida

Bem nô relembrá
Quês baim sabe lá na Jacob
Lá na José de Canda e Jom Tolentino
Que tava brincód co más cretcheu
Tempo q’já bai
Pa Carnaval era um sabura na Mindelo
Tudo gente c’sês cama pintód de fresque
Ai quês temp ca ta voltá


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A Música de Manuel d'Novas (3)

TCHÔM FRIO
(Coladeira - 1968)

Menina cuidód na bô vidinha
Ca bô estód ta inganá parcêr
Ês bô passeio pa ladaínha
Tem pegód na prazêr

É mim qu'pô pê num tchôm frio
Aônte datarde num bónhe de chuvêr
Mamãe ca bocê invadim'
Inda um' ca tchegá na idade d'amdjêr
E s'ê algum fatalidade
Tude nêss mundo tem sê fim

Inda bô tem menor idade
Um' tem que levób pa inspensão
Amdjôr ê bô falá verdade
Pa evitá complicação

É mim qu'pô pê num tchôm frio
Aônte datarde num bónhe de chuvêr
Mamãe ca bocê invadim'
Inda um' ca tchegá na idade d'amdjêr
E s'ê algum fatalidade
Tude nêss mundo tem sê fim


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08 fevereiro 2008

Parabéns ao GTCCPM-IC

O Grupo de Teatro do Centro Cultural Portugês - IC completa este mês quinze anos de aventura teatral (isso já é mais que uma aventura). Uma idade bonita e digna de comemoração. São espectáculos que, em número, já ultrapassaram os dois dígitos e em qualidade o público, soberano, tem a palavra. Mais de vinte apresentações fora do país, participação em festivais pela Europa e Américas e trinta e nove produções (Em Março estreará a sa 40.ª produção - A Última Ceia). Depois da Era dos Grupos que fizeram encher os Clubes, as ruas, o Cineteatro Éden-Park e os Salesianos, o GTCCP-IC trouxe um novo alento à história do teatro cabo-verdiano. Sem dúvida, um grupo que será sempre uma referência para a história doteatro em São Vicente. A sarron.com apresenta os seus parabéns antecipados.

A queda de um anjo



Vista do Cine Éden-Park - uma imagem que poderá estar prestes a desaparecer
Foto: Neu Lopes


Estão sanadas todas as dúvidas – o Cine Éden-Park já faz parte do nosso passado. Com o negócio à beira de estar totalmente realizado (falta apenas a assinatura da escritura), a guerreira Maria Luíza Marques da Silva, que durante anos a fio tentou evitar esse momento, entrega agora todas as armas. Inclusive a tela de projecção, uma das últimas aquisições para a modernização do cinema, desceu, numa cena de despedaçar o coração. Para trás ficarão anos de trabalho e uma história que enche de orgulho a todos os mindelenses e a qualquer cabo-verdiano que se preze.

O Éden-Park foi mais do que uma sala de cinema – foi a sala de espectáculos que preencheu o coração cultural de todos os mindelenses, que recebeu inúmeras actividades de cariz cultural e a maior escola de vida de todo o Cabo Verde. Porém, não resistiu às inúmeras consequências do modernismo, da liberalização dos media e da falta de controle de qualidade, de direitos de autor e mesmo à insensibilidade à protecção da cultura e seu património durante dezenas de anos de governação.

A queda do Éden-Park é a prova do nosso conformismo, incapacidade e impotência em fazer face a muita coisa que acontece debaixo do nosso nariz e assistimos impávidos e serenos.

Símbolo mindelense, levantado na mais nobre zona da Capital Cultural cabo-verdiana, esse edifício que muitos pensavam ser intocável e inalterável, pela sua exuberância e beleza ímpar, poderá ir abaixo em questão de dias ou quiçá de horas. Restar-nos-á, então, apenas a imagem e a recordação do edifício e da casa que mudou a vida de nossos avós, nossos pais ou ainda de muitos de nós. A questão agora é: o que é que vai substituir o espaço? Provavelmente um centro comercial com a hipotética possibilidade de albergar uma pequena e moderníssima sala de cinema, uma sala de espectáculos (o que já seria bom) ou ainda o sonho do João Branco tornado realidade. O Éden-Park está encerrado desde 2006 por decisão dos sócios em vender o espaço e Empresa e devido à incapacidade da sobrevivência do cinema perante aos factos actuais. Porém um negócio desses precisa de algum tempo para se concretizar e durante esses últimos tempos de espera o espaço foi violado e roubado várias vezes, deixando rasto de destruição de portas e janelas e o desaparecimento de bens como aparelho de fax, parte do sistema sonoro (amplificador e leitor de CD) e todo o cortinado do palco.

E a Câmara Municipal de São Vicente? Muitas ideias e alguma boa vontade chegaram a Câmara Municipal, que não mostrou grande empenho para evitar a situação. Porém, segundo a gerente do cine Éden-Park, há uma promessa por parte do órgão máximo do Município de São Vicente em pressionar ao novo dono no sentido de incluir, no projecto para a nova obra, uma ou duas salas de cinema e a não destruição da fachada principal, um ícone dessa cidade. Outra iniciativa é a criação de uma cinemateca para esta cidade, em que estará incluída uma sala de projecção. Também está em estudo a criação do primeiro Museu do Cinema em Cabo Verde. Com certeza, para o efeito, foi aproveitada a visita à Cidade de um expert em museologia. O Éden-Park já pôs à disposição todo o seu material escrito e em imagem, assim como todo o equipamento audiovisual para projecção.

E o governo? O processo Éden-Park é mais uma prova do abandono de São Vicente pelos sucessivos governos que a Ilha tem conhecido. O Éden-Park pode ir abaixo em prol do “desenvolvimento” e em detrimento à cultura deste povo, mas a sua história não se apagará de nossas memórias. E mesmo que muitos não queiram e se sintam incomodados, mesmo que essa verdade doa, São Vicente foi, é e sempre será a Capital da Cultura de Cabo Verde. Não se trata de uma imposição mas sim da natureza de seu povo.

Recentemente abordado pelo jornal “A Semana”, em grande entrevista, sobre o facto de João Branco ter confidenciado no seu blog pessoal, www.cafemargoso.blogspot.com , que um dos seus sonhos para 2008 é que a Câmara Municipal de São Vicente compre o Éden-Park e o transforme num teatro nacional e da possibilidade do estado tornar esse sonho realidade, o Ministro da Cultura responde (citamos): “Eu penso que o Éden-Park já foi vendido ou está em processo adiantado de venda. Caso a venda não se tenha efectivado ainda e, se porventura a Câmara local quiser recorrer à banca para possibilitar a aquisição desse espaço, para o fim proposto por João Branco, o Ministério da Cultura utilizaria de toda a sua influência para convencer o Governo a dar um aval ao pedido de financiamento bancário por parte da Câmara local.”

Como dir-se-ia em bom crioulo, “tarde piaste”! Já não há retorno e São Vicente perdeu uma parte de sua história viva. Cabo Verde perdeu um símbolo da nossa cultura e conhecimento. Um dos motivos dos cabo-verdianos terem ficado sempre à vontade nos países de emigração. Um potencial veículo linguístico e uma porta aberta para o mundo. O orgulho dos mindelenses e das várias gerações de artistas, intelectuais e grandes nomes de uma nação. E deixo aqui meu grande apreço para esta empresa e casa de cultura, como amigo, colaborador, amante da cultura e eterno cinéfilo. É a queda de um anjo mas não a morte do nosso espírito cultural. Serei para sempre orgulhoso de ter feito parte dessa história.

Bem haja, Éden-Park!

Neu Lopes

Quem falou sobre Teatro de Revista?

Agora que se fala do Teatro de Revista e da peça “Biografia dum Criôl”, em fase de produção, aproveitamos para deixar aqui alguma informação e um pouco de história sobre o género.
A Revista é um género de teatro, de gosto marcadamente popular, que teve alguma importância na história das artes cénicas, tanto no Brasil como em Portugal, que tinha como caracteres principais a apresentação de números musicais, apelo à sensualidade, à comédia leve com críticas sociais e políticas, e que teve seu auge em meados do século XX.


Em Portugal

Em termos gerais, consta de várias cenas de cariz cómico, satírico e de crítica política e social, com números musicais. É caracterizada também por um certo tom Kitsch - com bailarinos vestidos de forma mais ou menos exuberante (plumas e lantejoulas), além da forma própria de declamação do texto, algo estridente. Algumas revistas marcaram épocas – no Estado Novo português, por exemplo, o espectáculo de revista conseguia passar mensagens mais ou menos revolucionárias e de crítica ao regime vigente. Estão nessa situação algumas revistas protagonizadas, por exemplo, por Raul Solnado, no Parque Mayer - a “catedral da revista à portuguesa”.
Mas o grande nome da revista portuguesa, assim como de outros géneros musicais é o de Filipe La Féria que ultimamente apresentou grandes clássicos musicais como “Alice no País das Maravilhas”, “Música no Coração” e “Jesus Cristo Superstar”. Anteriormente, Filipe La Féria apresentara o que é geralmente conhecido como “revista à portuguesa”, espectáculos carregados de muito humor, sensualidade e exuberância. Um espectáculo do género que esteve muito em voga em Portugal nos últimos meses é o “Hip-Hop Parque” com João Baião e Marina Mota.


No Brasil

O Teatro de Revista no Brasil, também chamado simplesmente "Revista", e com produção das companhias como as de Walter Pinto e Carlos Machado , foi responsável pela revelação de inúmeros talentos no cenário cultural, desde a cantora luso-brasileira Carmen Miranda, sua irmã Aurora, às chamadas vedetes de imenso sucesso como Wilza Carla, Dercy Gonçalves, Elvira Pagã e outras - na variante conhecida como Teatro rebolado - e compositores do jaez de Dorival Cymmi, Assis Valente, Noel Rosa, etc.


Em Cabo Verde

Mesmo sem muita experiência teatral e sem qualquer formação de base, fez-se teatro de revista com qualidade no Éden-Park. Nomes como Mário Matos e Manuel Neves (Sr. Néna) deram vida a esse género das artes cénicas, fazendo um importante uso do humor crioulo e criticando o regime político e sócio cultural da época. Não era aquele teatro exuberante como o português e o brasileiro, mas era muito criativo e de qualidade inquestionável, aproveitando a criatividade dos artistas para a música, figurinos, cenografia, dramaturgia, etc.
A revista e o musical deixaram de ser géneros aproveitados em Cabo Verde durante muitos anos até, em 2006, a Sarron.com apresentar a peça “Um Vez Soncente Era Sábe” de Neu Lopes, com músicas originais, coreografia e muito humor, num São Vicente dos tempos áureos do Porto Grande.


Histórico

Seu início remonta a 1859 quando, no Rio de Janeiro, foi apresentada a peça "As Surpresas do Sr. José da Piedade", de Justiniano de Figueiredo Novaes, baseado nas operetas que então se apresentavam em França. O modelo carregava nas paródias e críticas de costume. E, como não poderia deixar de ser, sofriam críticas dos moralistas.

A Revista brasileira pode ser dividida em 3 fases distintas:

  1. A Revista do século XIX, que prende-se mais no texto que na encenação; tem seu ápice na obra de Artur Azevedo. A cada ano eram apresentadas revistas comentando os factos do ano anterior, numa retrospectiva crítica e bem-humorada. No coro, acompanha uma orquestra de cordas.
  2. Década de 20 e 30 – com incorporação da nudez feminina (introduzida pela companhia francesa Ba-ta-clan). A orquestra cede lugar a uma banda de jazz. Seu maior nome é o empresário teatral Manoel Pinto. As peças têm destaque igual para as paródias e para a encenação.
  3. Féerie – Realce para os elementos fantásticos da peça; Walter Pinto substitui, em 1938, a seu pai. Surgem as companhias. As apresentações tornam-se verdadeiros espetáculos, onde o luxo está presente em grandes coreografias, cenários e figurinos. Tornando-se cada vez mais apelativa, começa a decair, até praticamente desaparecer, no final dos anos 50 e começo da década seguinte.

Já se prepara o Março Mês do Teatro 2008






As dificuldades permanecem no mundo cultural cabo-verdiano, mas o Teatro tornou-se uma espécie de "religião cultural". E este ano o certame Março - Mês do Teatro no Mindelo está por total responsabilidade das companhias. Há já espectáculos com datas marcadas, enquanto que outras companhias não participam do evento. Assim, a Sarron.com - Companhia de Teatro, o Atelier Teatrakácia e TIM - Teatro Infantil do Mindelo ficam de fora do certame por razões internas, ligados a tempo de produção, etc. O Grupo de Teatro do Centro Cultural Português - Instituto Camões e a Companhia de Teatro Solaris apresentarão estreias absolutas; O primeiro estreará "A Última Ceia" no dia 14 de Março, enquanto que no dia 28 será a vez da C.T. Solaris apresentar "Deus Lhe Pague", com técnica de representação com máscaras. Porém, antes disso, de 7 a 9 de Março o grupo santantonense Juventude em Marcha apresenta em reposição a sua mais recente produção, "Jazigos de Boca de Pistola".

"O Escravo" e "Biografia dum Criôl" do Atelier Teatrakácia e da Sarron.com, respectivamente, estão previstas para mais tarde, sendo que este último poderá ainda sofrer mais atrazos, por se tratar de uma produção que envolve várias áreas culturais e alguns workshops.

A grande ausência será a dos já tradicionais "Bichos" na Praça Nova, saídos dos Cursos de Iniciação Teatral do Centro Cultural Português, uma vez que este ano não se realizou referido curso.

Contudo, tudo indica para uma forte possibilidade de São Vicente ter teatro durante todo o ano de 2008.


03 fevereiro 2008

Novela de Tchalé Figueira será adaptada ao teatro em 2008

A companhia de teatro do Porto, Art'Imagem, vai produzir em 2008 um espectáculo a partir da novela "Ptolomeu e a sua viagem de circum-navegação" de Tchalê Figueira, para apresentar em Cabo Verde e Portugal. A adaptação da novela, editada em 2005 pela editora de Coimbra Mar da Palavra, constitui uma segunda abordagem de um grupo de teatro português à produção literária actual de Cabo Verde. A apresentação em Cabo Verde será feita, ao que tudo indica, durante a próxima edição do Festival Mindelact.



A adaptação de "Ptolomeu e a sua viagem de circum-navegação" está a cargo do director artístico da companhia, José Leitão, e a produção deverá ser apresentada em Cabo Verde, no Mindelact - Festival Internacional de Teatro do Mindelo, em Setembro próximo, se a companhia garantir os meios para a digressão.
Jorge Mendo, da produção da Art`Imagem, adiantou que em Portugal está prevista a estreia na segunda quinzena de Outubro, seguindo-se uma temporada no Porto, seguida de uma itinerância pelo país.
A ideia de encenar a segunda novela editada por Tchalê Figueira surgiu do "gosto que José Leitão tem em experimentar textos de ficcionistas em língua portuguesa", adiantou.
"Foi numa ida a Cabo Verde que ele descobriu a obra, gostou e pensou em fazer dela uma peça de teatro", explicou Jorge Mendo, adiantando que a produção deverá ter dois ou três actores, encontrando-se dois já escolhidos: o cabo-verdiano radicado em Portugal Flávio Hamilton e o português Valdemar Santos.
Além de vários ficcionistas portugueses, a Art`Imagem já tinha adaptado para teatro obras de autores de países de língua portuguesa, do moçambicano Mia Couto e dos brasileiros Clarice Lispector, João das Neves e Arthur Azevedo.
"Para mim é o reconhecimento do trabalho que desenvolvo, mesmo que nunca me tenha considerado escritor, mas alguém que tem necessidade de partilhar histórias com outras pessoas através da escrita", declarou Tchalê Figueira, a propósito da adaptação teatral da sua obra.
Ptolomeu Rodrigues é a figura central da obra. Nos bancos do jardim de uma praça cabo-verdiana, entre tragos de grogue (aguardente de cana) de má qualidade, vai narrando as suas aventuras e desventuras pelo mundo.
É o protótipo do cabo-verdiano, mas do grupo dos que regressam à terra tão pobres como partiram, para acabar os seus dias. O cabo-verdiano marinheiro, aventureiro, que deambula ao "desenrasca" pelo mundo, evadindo-se de umas ilhas que a natureza tornou agrestes.
Em certas aventuras pelo mundo Ptolomeu Rodrigues é quase um alter-ego do autor, Tchalê Figueira, também ele evadido da sua Mindelo natal, aos 16 anos, para fugir à incorporação colonial. A partir da Holanda torna-se copeiro em barcos que se deslocam da Europa à Ásia, África e América, antes de se fixar em Brasileira, Suíça, estudar Belas Artes e desenvolver uma carreira artística reconhecida fora do seu país.
Regressado a Cabo Verde em 1985, onde reside, na cidade do Mindelo, Tchalê Figueira tem desenvolvido uma carreira marcante de pintor e já editou três livros de poesia ("Todos os naufrágios do Mundo", "Onde os sentimentos se encontram" e "O Azul e a Luz") e duas novelas ("Solitário" e Ptolomeu e a sua viagem de circum-navegação").


in: www.mindelact.com