21 maio 2008

Biografia dum Criôl - CARTAZ OFICIAL

ilustração e design: neulopes
A Estreia Oficial jé tem data: 30 de Maio às 21h30
O espectáculo será, no entanto, repetido nos dias 31 de Maio às 21h30 e no dia 1 de Junho às 20h00.
Os bilhetes já estão à venda no Centro Cultural do Mindelo, na sede da Associação Mindelact e junto aos elementos da SARRON.COM - Companhia de Teatro.

ESTREIA À VISTA

O nascimento de uma ideia

A SARRON.COM é uma companhia que sempre primou pela salvaguarda dos valores culturais cabo-verdianos. Assim, até hoje apresentou peças de autores cabo-verdianos, neste caso, escritos pelos próprios elementos. Mas vêm aí adaptações e peças de dramaturgos nacionais. Queríamos apresentar mais uma peça dentro desse quadro para o Março, Mês do Teatro 2008. Neu Lopes discutia com o primo Júlio Fortes sobre uma possível peça a apresentar pela companhia. Júlio, então, avançou a ideia de apresentar uma peça baseada em músicas de Manuel d’Novas. É claro que a ideia era boa. Ainda por cima ficaria em família, uma vez que Neu é filho do compositor e Júlio sobrinho. Mas Júlio não contava com a ideia de Neu a transformar num musical. Assim, postas mão à obra, Neu começou a escrever o texto, tendo como base cerca de setenta composições de Manuel d’Novas. E nasceu assim “Biografia dum Criôl”, baseada sobretudo na morna de mesmo nome, mas contada e cantada através da longa carreira musical daquele que é o maior compositor cabo-verdiano de sempre.




Sobre a peça

Biografia dum Criôl é uma revista que retrata a vivência do crioulo de Mindelo, suas raízes, suas venturas e desventuras, conquistas e derrotas, sua vontade de emigrar e descobrir novas terras, a saudade, as frustrações e decepções, as partidas(1), bem como o que mais nos faz viver – a nossa paródia. Enfim, a nossa cabo-verdianidade.

Djón, Naiss, Frank e Djindja são quatro amigos inseparáveis. Conhecem-se durante sua infância/juventude e, juntos, vivem muitas aventuras, fazem peripécias, conquistam raparigas, apaixonam-se. Mas a vivência não se restringe às paródias e à vida boémia. Com o tempo a idade aperta e o dinheiro faz falta, pelo que tentam procurar emprego para melhorar de vida. Não vendo uma solução para suas vidas, Djón viaja para o estrangeiro e vai trabalhar num vapor grego. Naiss dá pinote num vapor atracado no porto e mais tarde fica-se a saber que teria desembarcado em Dacar , passando por Paris, Rotterdam e por aí além, enquanto que Frank e Djindja continuam sua vida no Mindelo. A experiência de Djón não é agradável e as saudades da terra e de sua “cretchêu”, Nhú são muitas. Naiss teve mais sorte, mas é um “gargantude” e “basôfe”. Com sentido oportunista deixa a namorada e envolve-se com uma professora, mas essa trai-o com um holandês e Naiss acaba aceitando um filho louro de olhos azuis.

São essas e outras as aventuras vividas por esses quatro homens/rapazes e todos os que o envolvem, numa cidade do Mindelo entre finais dos anos sessenta e os anos noventa.

(1) Peripécias



O Texto

Imaginem as mornas e coladeiras de Manuel d’Novas. Engraçadas, não é? Tentem metêlas todas juntas num liquidificador e juntem um pouco mais de tempero. Pois é mais ou menos isso o resultado do texto de Neu Lopes. O texto em “Biografia dum Criôl” é uma salada de textos e sua musicalidade com uma sequência lógica. Aliás, foram as músicas de Manuel d’Novas as únicas culpadas pelo surgimento dos personagens e situações que formam os três quadros desta peça.

No primeiro quadro a vivência e a amizade dos inseparáveis amigos introduzem o espectador à história de suas vidas. Desenvolvimentos importantes acontecem até o dia em que resolvem se separar e ir à procura de seus sonhos e de uma vida melhor.

O segundo quadro fala da emigração e do amadurecimento. A separação dos amigos é inevitável. A emigração bateu à porta, há dificuldades que surgem e a saudade aperta. Mas a vivência dos mindelenses continua a mesma.

O terceiro e último quadro traz a reunião dos inseparáveis amigos. Novas aventuras surgem mas a família, o valor á terra e à cultura se impõem, obrigando a todos a mudarem de atitude, contudo preservando seus valores.

O texto em “Biografia dum Criôl” é rico em palavras e expressões próprias e épicas de São Vicente. É claro que, para os mais jovens, surgirão palavras estranhas ou simplesmente engraçadas durante toda a peça. Assim, decidimos fazer uma recolha de algumas dessas palavras, dignas de serem relembradas e exploradas, principalmente pelo seu valor social e histórico.



O Cenário

O cenário é um trabalho conjunto, baseado no ambiente mindelense e num ambiente estrangeiro, em que os emigrandes fazem sua aparição, quer seja no trabalho, quer seja num momento de descontração.

Assim, foi criado um cenário móvel que acompanha as várias cenas, mudanças e complexidade de acção. A mudança cénica e iluminação acompanha sempreo ritmo da música e da própria peça, num ambiente de muita cor.



A coreografia

A coreografia também é um trabalho colectivo nascido nos ensaios. Porém, na música “Crioula” a troupe contou com o trabalho do Professor Alfredo, especialista em coreografia e danças de salão. Isso porque, em determinadas cenas há uma grande necessidade de cenas mais forjadas e com ritmo, para dar côr a qualquer musical ou revista.


O Guarda-roupa


Mais uma vez, Neu Lopes apresenta todo o desenho do figurino à companhia. Em “Biografia dum Criôl”, esse figurino foi baseado em modelos dos anos 60 a 90, incluindo roupas infantis. A equipa liderada por Manú Lopes, que também se ocupa dos adereços e da caracterização, é responsável por concratezar esse projecto que surgiu no seio da própria companhia.


A música

The last but not the least!

A música é soberana na peça. Há momentos com ambientes musicais retirados de registos de intérpretes já nossos conhecidos. Porém a música que se canta na peça teria que ser feita à altura dos seus intérpretes, pelo que teriam que ser gravadas para o efeito. Foi assim que surgiu um leque de bons músicos para dignificarem esse maravilhoso mundo Noviano.

Para começar, o pianista – Fernando Andrade. Ele é pianista e chefe de orquestra de Cesária Évora. Sobrinho do compositor, conhece sobejamente suas músicas desde criança, pelo que se sentiu completamente à vontade para estar à frente da interpretação e arranjo de boa parte das mornas e coladeiras. Para complementar entrou um leque de jovens músicos, na maioria filhos de músicos e intérpretes do Mindelo - Rossini Santos, Edson Lopes, Ivan Medina, Ivan Gomes, Cipi, Gibê, Jean Gomes e o próprio Neu Lopes que assinou também alguns arranjos, programação de sintetizadores, percussão e bateria e criação de ambientes sonoros.


História Teatral

UPGRADE (BÔ) DEMOCRACIA (de Alexandre Fonseca Soares) – 2006
UM VEZ SONCENTE ERA SÁBE (de Neu Lopes) – 2007
UM CINQUINTINHA? (de Neu Lopes) – 2007



Próximas Estreias

NHA ROSA DE MONTE VERDE (adaptação do conto tradicional) – Mindelact 2008
BLIMUNDO (adaptação do conto tradicional) – 2008
O FEITICEIRO DE SANTO ANTÃO (adaptação do conto tradicional) – 2009

Sobre Teatro de Revista

A Revista é um género de teatro, de gosto marcadamente popular, que teve alguma importância na história das artes cénicas, tanto no Brasil como em Portugal, que tinha como caracteres principais a apresentação de números musicais, apelo à sensualidade, à comédia leve com críticas sociais e políticas, e que teve seu auge em meados do século XX.

Em Cabo Verde
Mesmo sem muita experiência teatral e sem qualquer formação de base, fez-se teatro de revista com qualidade no Éden-Park. Nomes como Mário Matos e Manuel Neves (Sr. Néna) deram vida a esse género das artes cénicas, fazendo um importante uso do humor crioulo e criticando o regime político e sócio-cultural da época. Não era aquele teatro exuberante como o português e o brasileiro, mas era muito criativo e de qualidade inquestionável, aproveitando a criatividade dos artistas para a música, figurinos, cenografia, dramaturgia, etc.

A revista e o musical deixaram de ser géneros aproveitados em Cabo Verde durante muitos anos até em 2006, ano que a Sarron.com – Companhia de Teatro apresentou a peça “Um Vez Soncente Era Sábe”, com músicas originais, coreografia e muito humor, num São Vicente dos tempos áureos do Porto Grande.

A Equipa

Interpretação
Aguinaldo Monteiro
Edilson Fortes
Djay fortes
Manú Lopes
Nadira Delgado
Neu Lopes
Osvaldo “Shaka” Santos
Patrícia Alfama
Karina Lizardo (Actriz Convidada)
Mariza Santos (Actriz Convidada)
Micau Zacarias (Actor Convidado)
Romilda Silva (Actriz Convidada)

As Crianças
Katy Rodrigues
Kleudir Lima
Mireille Delgado
Wesley Lopes
William Patrick

Dramaturgia e Encenação
Neu Lopes a partir de uma ideia original de Júlio Fortes

Direcção de Cena
Ivany

Direcção Musical
Neu Lopes

Músicos
Fernando Andrade – Piano e Arranjos
Rossini Santos – Percussão
Ivan Medina – Guitarras
Cipi – Cavaquinho
Gibê – Cavaquinho
Edson Lopes – Baixo
Ivan Gomes – Guitarras
Jean Gomes (John de TVEC) – Harmónica
Neu Lopes – Programação, Recoreco e Arranjos

Coros
Margarida Brito e Neu Lopes

Coreografia
Colectivo

Sonoplastia
Neu Lopes

Operação de Som e Controle de Microfones FM
David Medina e Fonseca Soares

Figurinos
Neu Lopes e Manú Lopes

Concepção de Figurinos
Boutique Soraya

Caracterização
Manú Lopes

Cenografia
Neu Lopes, Fernando Morais e Micau Zacarias

Carpintaria
Micau Zacarias

Desenho de Luz
Anselmo Fortes

Operação de Luz
Faísca Luminotecnia

Promoção e Marketing
neulopes – Design & Projectos, Lda.
SÓDESENH
Costa & Costa

Produção
SARRON.COM – Companhia de Teatro

Direitos Reservados
Espectáculo:
Emanuel Lopes (Neu Lopes)
Músicas:
Manuel de Jesus Lopes (Manuel d’Novas)
SACEM
SPA – Sociedade Portuguesa de Autores
África Nostra

GLOSSÁRIO DE PALAVRAS E EXPRESSÕES

Spic – fita;
Buldónhe – pessoa habilidosa; aquele que é capaz de fazer quase tudo com alguma facilidade
Bambude – carregado
Merguióde bóca na vidre – a embebedar-se
Direta – paródia; festa sem parar
Merme – triste; vazio; sem nenhuma novidade
Nem chapa nem pau – nem vapor em metal nem barco de madeira
Sarandá – dá um saranda; dar uma volta; passear
Mordê – morder; beber (bebidas alcoólicas)
Fnhanga – pequeno baile (geralmente em lugar fechado, casa ou clube)
Rambóia – grande baile; baile popular com muitas pessoas
Pickupada (picapada) – (do inglês pickup) baile cuja fonte musical é um gira-discos
Inrrocá – surpreender alguém (normalmente uma pessoa corre atrás de alguém e outra fica à espera para apanhá-la)
Burbitche – barbiche
Séma – espécie de aguardente de péssima qualidade
Falcão – marca de cigarro sem filtro
Ingli espirte – simular; enganar
Ingli – beber (bebidas alcoólicas)
Tracolá – misturar
Desasná – acordar; desinibir-se
Matim – grogue (aguardente) com mote (ervas)
Tchusside – atrevido
Ca ta mjá na nhame – não é para brincadeiras
Saltá pidrinha de janela c’chapêu na mon – levar uma grande repreensão; ser castigado
Carapau de corrida – metido; atrevido
Boi de bóca de lume – figura popular para simbolizar o medo e o terror (tal como catchorróna ou canilinha)
Ta morrê pêxe – que está em voga, na moda
Fazê tchintchin – espécie de passo de dança; fazer modinha
Nutridinha – muito bonita; atraente; sensual
Trublá – desorientar-se
Ca ta pa sementêra – que não fica para sempre
Brajêr – falso amigo; que cria confusão
Tchoquêra – de tchoco (que cheira mal); mau comportamento; comportamento dissimulado
Esgonsadinha – desajeitada
Nhô Gene – referente a Eugénio Tavares
Dá pinôt ­– fugir
Firmám’ – afirmar-me; aceitar-me
Desmantchá n’ága de tchuque – zangar-se; desfazer uma amizade
Escrapatchóde – bem evidente; bem explicado; destacado de modo a não suscitar dúvidas
Esprajóde/Esprajá – relaxar; descontrair; divertir
Bolice – confusão
Tchufti – acontecer; preocupar
Metido num sóque de sampê – estar dentro de um saco com centopeias; estar metido num grande sarilho
Ricurse – recursos
Psu nhô n'denga – estar em sarilhos
Trucide – algo difícil de resolver
Bife de caneca – lanche leve, geralmente com pão e chá
Batchi pancada – bater; agredir
Liment’ de lagume – alimentos à base de legumes e hortícolas
Pills – marca de cerveja
C’rósca montóde – em situação difícil de resolver
Lifting – resto de cigarro (geralmente quase a atingir o filtro)
Escomandóde – fora de comando; sem regras
Zigzagueante­ – em zigzague; sem rumo
Scandinávia – conhecido restaurante de outrora no Mindelo
Pimm’s – antiga discoteca mindelense
Xê-nu – sobejamente conhecido bar mindelense
Badjôdje – namorado
Caí na lume – ser enganado e ficar em situação conflituosa
Carrim sport – carro desportivo
Jogue de póca – poker
Quem bá na praia t’otchá um tartaruga – expressão utilizada para um acontecimento raro
Culmiss – preocupação; dificuldade
Buteada – raparigas (geralmente bonitas, atraentes e disponíveis)
Bizniss – do inglês business; negócio
Plia – cisco
Plia mau – aquele que não é bem vindo
Castanhata – espécie de peixe
Gantchinha – menina de vida; espécie de prostituta não declarada
Retrancadim – justa; apertada
Ranjá namores – iniciar namoro
Póss Bióne – espécie de ave de rapina que era predominate em Cabo Verde, hoje quase em extinção
Mandá pa stótcha – mandar embora; ignorar; livrar-se de
Cossá ôsse – partir para a briga; agredir
Conê – diminutivo de conecimente (conhecimento)
Sucdi – sacudir; livrar-se de
Bazunzód – fora de si
Cusinha de manha – amor; querido(a)
Trôte – estrangeiro; terras estrangeiras
Rabolice – confusão; movimento
Marozinha – exibicionista
Cantiga de rótcha já ca é de morada – cantiga do campo já não é como cantiga da cidade; o mundo mudou
Casinha branca – cemitério
Folha de trabói – mentira; gabar
Bzuk – inocente
Providença – previdência; expediente
Linga pintada – linguaruda
Cutchi – bater; agredir
Bitche rum – coisa ruim; fantasma
Oitenta melodoioso – olhar guloso
Ó que musquinha mjá – quando tudo piorar; tomar um rumo incontornável; sair do controlo
Sentá mon – bater; agredir
Tchuquinha – forma carinhosa de dizer querida
Trançá – misturar
Paiófe – do inglês pay off; dispensar/abandonar o companheiro
Cascá na tribunal – chamar à justiça; denunciar
Tchpá dêde – chupar o dedo; ficar abandonado
Goitá – observar; espiar; ficar de olho
Ptá na praça – denunciar
Segunde grau – antiga 4ª Classe
Burnide – espalhado
Gatchóde – escondido
Tabanka – povoação indígena da Guiné-Bissau (neste caso toda a povoação ocupada)
Tchoradinha – choradinha; referente ao choro do violão
Fanuquinha – forma carinhosa de dizer querida
Manhentésa – gula; inveja
Trutchi – apertar; maltratar
Djô cabá c’fume – antiga figura mindelense; indivíduo forte e arruaceiro
Fanóca – o mesmo que fanuquinha
Vassalamente – folia
Cama pintóde de frêsque – cama pintada de fresco; cama que não é usada pelo dono durante muito tempo

07 maio 2008

Alguns dos Músicos de "Biografia dum Criôl"

Fernando Andrade - Piano e Arranjos





Ivan Medina (Quarteto Madrugada) - Guitarras


Edson Lopes (Quarteto Madrugada) - Baixo

Uma visita especial

Depois do cantor lírico Vítor Lima e do actor cabo-verdiano Adriano Reis, a equipa de "Biografia dum Criôl" recebeu uma visita muito especial. O Actor cirsense Luciano Lopes foi dar-nos uma aula muito especial, transmitindo à companhia informações interessantes no que diz respeito ao movimento e coreografia.
A SARRON.COM agradece, estando sempre aberta a intercâmbios do tipo.
A equipa

Ivany, Shaka, MicauZacarias, Dí Fortes

Karina Lizardo, Paty Alfama, Nadira Delgado, Luciano Lopes, Neu Lopes

Mariza Santos, Gui Monteiro, Djay Fortes, Manú Lopes

Nancy Vieira leva "Lus" cabo-verdiana a Leiria



Nancy Vieira apresenta esta quarta-feira, 07, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, na zona centro de Portugal, o seu terceiro álbum "Lus".

"Lus" marca uma aposta no cruzamento das sonoridades cabo-verdianas, como a morna, a coladeira, o funaná e o batuque, com sons de outras paragens, nomeadamente do Brasil (samba e bossa nova, já adoptados como géneros musicais em Cabo Verde) e da América Latina - Peru (landón) e Cuba (danzón e son).

Trata-se, enfim, de um encontro entre "as raízes cabo-verdianas e uma universalidade musical", como a própria Nancy Vieira referiu, numa entrevista a «A Semana», há alguns meses atrás. ~

Sendo um disco com uma sonoridade totalmente acústica, o novo álbum de Nancy Vieira realça não só a sua inegável qualidade vocal, como também a qualidade musical do reportório seleccionado. Os arranjos, na sua maioria do também produtor musical Jorge Cervantes, tendem para uma assumida simplicidade.
in: asemana online

Mayra Andrade arrebata mais um prémio, agora em Cuba



O disco Navega da cantora Mayra Andrade foi contemplado com mais um prémio, desta vez em Cuba. O Comité Internacional do Prémio Cubadisco escolheu o álbum da artista cabo-verdiana como um dos melhores da temporada.

Cubadisco costuma premiar grandes produções musicais relevantes e de honra, e é o mais importante prémio da Cuban Music Record Industry. Este ano o galardão é dedicado a África e à sua diáspora, e o tema é Música & Poesia.

Também foram agraciados o brasileiro Chico Buarque, o grupo espanhol Ojos de Brujo e a colecção Grabaciones Inéditas del Teatro de la Zarzuela.

A intérprete cabo-verdiana vai participar na cerimónia oficial, durante a XII Feira Internacional Cubadisco- que acontece de 17 a 25 de Maio na capital cubana, Havana- para receber o prémio.

Disco de Ouro em Portugal, Prémio BBC Rádio 3, um dos Melhores de 2007 pelo diário britânico The Observer e prémio das Críticas de Discos Alemães são outras conquistas de Mayra Andrade com Navega, um dos mais premiados da história da música cabo-verdiana.

Mayra já programou o seu próximo álbum para o final deste ano. Portanto, 2009 promete mais um CD de Mayra.
in: asemana online

Colectânea de poesia “Na Liberdade” lançada na Praia



O Instituto Camões - Centro Cultural Português, a editora Garça e o Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro promoveram no passado dia 2 de Maio, no auditório IC-CCP Praia, o lançamento da colectânea de poesia “Na Liberdade”.

O volume reúne poetas de Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Timor-leste, no qual assume particular relevo a participação de 11 poetas cabo-verdianos.

Por ocasião do trigésimo aniversário do 25 de Abril de 1974, a editora Garça tomou a iniciativa de convidar três poetas para coordenarem a elaboração de uma colectânea-antologia que plasmasse em poesia o que foi a reconquista da Liberdade, com o derrube do regime ditatorial, em Portugal, e todo o desencadear de acontecimentos surgidos com a democracia, nomeadamente, o fim das guerras coloniais e o reconhecimento do direito à independência dos povos até então dominados pelo colonialismo português.

Durante um ano, Jorge Velhote, Nicolau Saião e Nuno Rebocho contactaram poetas da CPLP e prepararam “Na Liberdade”. De acordo com uma nota de Centro Cultural Português, mais de uma centena de poetas (alguns, entretanto, já falecidos) responderam ao convite e os seus poemas encontram-se reunidos neste livro que se apresenta agora em Cabo Verde.

Corsino Fortes, Jorge Carlos Fonseca, José Luís Hopffer Almada, José Luís Tavares, Mário Fonseca, Onésimo Silveira, Oswaldo Osório, Tchalé Figueira, Vasco Martins, Vera Duarte e Arménio Vieira constituem a participação de Cabo Verde na antologia, a par de poetas como Mário Césariny, Sophia de Mello Breyner, Manuel Alegre, Nuno Júdice, Vasco Graça Moura, Alda Espírito Santo e Luís Carlos Patraquim.

A apresentação da obra esteve a cargo do jornalista e professor Daniel Medina e serão ditos poemas por José Braga-Amaral (poeta e editor), Nuno Rebocho (coordenador) e pelos poetas participantes na colectânea que estiverem presentes.

Amanhã, 8 de Maio, pelas 18:45h, o jornalista, escritor, poeta e actor português José Braga-Amaral, da “Confraria da Palavra Dita” do Douro português, apresentará, no Auditório do IC-CCP Praia, o espectáculo "Entre o rio e o mar – Miguel Torga no arquipélago da poesia".

Em torno da poesia de Miguel Torga (do qual se celebrou em 2007 o centenário do nascimento e ocasião para a qual foi concebida esta homenagem), articulada com a contemporânea poesia cabo-verdiana, o poeta José Braga-Amaral concebeu um espectáculo multidisciplinar, conjugando a palavra, a imagem e a música, que agora se apresenta ao público da cidade da Praia.
Inforpress

Praia acolhe trupe de acrobatas e dançarinos da China



Uma arte milenar, acompanhada de ritmos apurados e performances requintadas. Essas são algumas características da cultura chinesa que os praienses têm oportunidade de conferir de perto esta semana. O Shenzhen Arts Troupe, grupo de dançarinos e acrobatas chineses, apresenta-se nesta quarta e quinta-feira, 7 e 8 de Maio, no auditório da Assembleia Nacional, às 20h. São os acrobatas chineses a abrilhantar a celebração dos 150 anos da Praia.

O espectáculo promete uma pequena mostra da tradicional e moderna magia do país. O Shenzhen Arts Troupe é composto por 22 jovens talentos, com reconhecimento nacional e internacional em competições de dança e música. O grupo, que já passou por três continentes, Europa, Ásia e América, tem em Cabo Verde a sua primeira actuação em África. A trupe já foi condecorada com o “Lotus Award”, prémio máximo para performances na China. Shenzhen é uma cidade de progresso, no sul da China, permeada por uma vasta vida cultural e alimentada economicamente por pesquisas de desenvolvimento e tecnologia.

A arte chinesa remonta a tempos milenares. A música, por exemplo, surgiu no país há cerca de 3000 anos, quando a Europa ainda experimentava seus primeiros acordes. A variação de ritmos e a qualidade do som conferem à música chinesa uma marca distintiva perante as suas contrapartes ocidentais. A acrobacia, por sua vez, tem uma forte conotação nacional, com estilo próprio, acompanhada de trajes teatrais e acessórios cénicos. O Shenzhen Arts Troupe surpreende ao integrar, num único espectáculo, a dança e a música com golpes de Kung Fu - arte marcial cuja origem está repleta de lendas.

Cláudia Correia, assessora da Câmara Municipal, explica que o convite ao grupo de acrobatas chineses surgiu quando uma comitiva do governo visitou a região. Após a ideia, a embaixada da China ajudou no desejo de trazê-los à cidade da Praia. A assessora adianta ainda que Shenzhen irá promover uma geminação com Mindelo, que receberá uma comitiva da cidade chinesa no mês de Maio.

Rafael Barbosa
in: asemana online