24 novembro 2007

TÉCNICA TEATRAL III - O Som e o Audiovisual

Há muito que se afirma uma tendência que considera a visão e a audição como dois sentidos que entre si mantêm relações privilegiadas de complementaridade e de oposição. No Homem, a associação entre som e imagem é, desde muito cedo, estabelecida a partir do contacto com o meio exterior e «naturalizada» pela aprendizagem.
Na era dos multimédia, o estudo dos modos artificiais de organização de imagem e de som adquire primordial importância, mobilizando a atenção de diversificadas áreas científicas, artísticas (teatral, por exemplo) e profissionais.

Sistema Audiovisual

A palavra audiovisual "resulta da aglutinação dos termos" "audio" e "visual" e refere-se:
a) a tudo o que pertence ou é relativo ao uso simultâneo e/ou alternativo do visual e auditivo;
b) a tudo que tem características próprias para a captação e difusão mediante imagens e sons.

O sistema audiovisual é composto por todos os signos percebidos pela vista e pelo ouvido e pelas relações que entre eles se estabelecem.

Signos Audiovisuais – produzidos pela combinação de significantes percepcionados pelo ouvido e pela visão. As imagens e os sons constituem o significante.

Signos Visuais – produzidos por significantes captados pela visão: pictóricos, gráficos, imagens.

Signos Auditivos – produzidos por significantes apreendidos pelo ouvido.


Percepção Auditiva

É essencialmente através do sistema auditivo5 que o homem percebe o ambiente sonoro que o rodeia.
A origem de um som é sempre a vibração de um objecto físico dentro da gama de frequências e amplitudes capaz de ser apreendida pelo ouvido humano. Esta vibração empurra outros corpos físicos que o rodeiam, gerando, por sua vez, outras vibrações. Quando estas vibrações chegam ao nosso ouvido, normalmente através do ar, percebemo-las como um som. Em suma, o fenómeno sonoro é a percepção das oscilações rítmicas, normalmente da pressão do ar, que foram estimuladas por outro objecto físico vibrante que actua como fonte de emissão.


Sistema expressivo sonoro

O sistema expressivo sonoro integra quatro variantes: expressão oral, música, sons e silêncio.

Subsistema da expressão oral – é um signo que une um conceito e uma imagem acústica. As relações que o signo mantém com a realidade são absolutamente convencionais. No entanto, interessa também destacar os fenómenos paralinguísticos que se produzem na realização dos actos de fala - entoação, inflexões, modulações de voz.

Subsistema da música – Integra uma diversidade de timbres próprios dos instrumentos (acústicos, electro-acústicos e electrónicos) e da voz humana. A música introduz uma subjectividade emotiva, evoca o não discursivo, o não figurativo.

Subsistema de sons – Integra os sons não icónicos (usualmente designados ruídos), pois não permitem identificar qual a fonte que os emite, e os sons icónicos, os quais produzem uma imagem acústica que remete para uma determinada realidade. Está integrado por signos auditivos dimanados dos objectos, animais e pessoas nos seus movimentos e acções.

Subsistema do silêncio – Entendemos por silêncio a sensação de ausência de som, um efeito perceptivo que se produz por um determinado tipo de formas sonoras. O efeito-silêncio é, por vezes, carregado de significação. Pode-se, inclusive distinguir três usos expressivos do silêncio:

1- Uso sintáctico – Quando os efeitos-silêncio se utilizam para organizar e estruturar os conteúdos visuais, isto é, quando actuam simplesmente como instrumento de separação.

2- Uso naturalista – Quando se utilizam como imitação restrita da realidade referencial. Os efeitos-silêncio expressam informações objectivas muito concretas sobre a acção narrada.

3- Uso dramático – Utilização consciente do efeito-silêncio para expressar algum tipo de informação simbólica. Exemplo: morte, suspense, vazio.


Características técnicas do som

Intensidade – a propriedade de o som ser mais ou menos forte. Potência sonora.

Tom – a propriedade de o som ser mais ou menos agudo.

Timbre – a propriedade exibida por um tom composto que permite o seu reconhecimento.

Duração – a persistência do som no tempo.

TÉCNICA TEATRAL II - Exercícios de Dicção

TENS BOA DICÇÃO?
ENTÃO LÊ, DE PREFERÊNCIA EM VOZ ALTA


Nível Fácil:
1. Xuxa! A Sasha fez xixi no chão da sala.
2. O rato roeu a roupa do Rei de Roma a Rainha com raiva resolveu remendar.
3. Três pratos de trigo para três tigres tristes.
4. O original nunca se desoriginou e nem nunca se desoriginalizará.
5. Perguntaram-me qual é o doce que é mais doce que o doce de batata doce? Respondi que o doce que é mais doce que o doce de batata doce é o doce que é feito com o doce do doce de batata doce.

Nível médio:
1. Sabendo o que sei e sabendo o que sabes e o que não sabes e o que não sabemos, ambos saberemos se somos sábios, sabidos ou simplesmente saberemos se somos sabedores.
2. O tempo perguntou ao tempo qual é o tempo que o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que não tem tempo para dizer ao tempo que o tempo do tempo é o tempo que o tempo tem.
3. Em baixo da pia tem um pinto que pia, quanto mais a pia pinga mais o pinto pia!
4. A sábia não sabia que o sábio sabia que o sabiá sabia que o sábio não sabia que o sabiá não sabia que a sábia não sabia que o sabiá sabia
assobiar.

Nível Difícil:
1. Num ninho de mafagafos, cinco mafagafinhos há! Quem os desmafagafizá-los, um bom desmafagafizador será.
2. O desinquivincavacador das caravelarias desinquivincavacaria as cavidades que deveriam ser desinquivincavacadas.
3. Perlustrando patética petição produzida pela postulante, prevemos possibilidade para pervencê-la porquanto perecem pressupostos primários permissíveis para propugnar pelo presente pleito pois prejulgamos pugna pretárita perfeitíssima.
4. Não confunda ornitorrinco com otorrinolaringologista, ornitorrinco com ornitologista, ornitologista com otorrinolaringologista, porque ornitorrinco, é ornitorrinco, ornitologista, é ornitologista, e otorrinolaringologista é otorrinolaringologista.
5. Disseram que na minha rua tem paralelepípedo feito de paralelogramos. Seis paralelogramos tem um paralelepípedo. Mil paralelepípedos tem uma paralelepipedovia. Uma paralelepipedovia tem mil paralelogramos. Então uma paralelepipedovia é uma paralelogramolândia?

Nível Impossível
Verbo Tagarelar no Futuro do Pretérito
Eu tagarelaria
Tu tagarelarias
Ele tagarelaria
Nós tagarelariamos
Vós tagarelarieis
Eles tagarelariam

Então como correu?

TÉCNICA TEATRAL I - A Voz e o Actor

Inflexões
A voz é o retrato da personalidade do indivíduo.Tudo que é sentido, reprimido, extravasado ou vivido por uma pessoa, é capaz de ser percebido pela voz. De que forma isto acontece? Como pode a palavra dizer uma coisa e o som outra? Através das inflexões. A melodia crescente ou decrescente que se faz, determina o que vai na alma do falante. Por exemplo, quando se quer pedir alguma coisa ou fazer um “mimo”, costuma-se usar maior nasalidade; se quiser demonstrar aborrecimento, a voz sairá fria, seca e assim por diante. Juntamente com as expressões faciais, o tom vocal reflete as emoções e sensações humanas. Uma voz colorida ou clara, é rica em inflexões, já uma voz escura ou opaca, tem uma linha melódica pobre. O actor faz uso de variações vocais constantemente para o engrandecimento do seu trabalho. Talvez, até o segredo de uma boa interpretação, esteja na correta ou adequada inflexão de palavras e frases. É preciso que ele tenha sensibilidade para perceber as intenções do autor de determinado texto. A partir do momento que ele entender que emoções deverão ser passadas para o público, o texto decorado ganhará verdadeiramente, vida.
Carla Guapyassú
Fonte: Interpalco

23 novembro 2007

Muzka pa fim de semana

Mindelo não pára no fim de semana e uma das opções que mais os mindelenses gostam é de ouvir música ao vivo. Espaços não faltam e os mais requisitados são o Alta Lua no Mindel Hotel e o Bar Lobby do Hotel Porto Grande.
Assim, a noite desta Sexta-feira inicia-se com o Alta Lua proporcionando um jantar self-service seguido de um desfile de moda assinado pela estilista mindelense Matilde Gomes. Para finalizar a noite as vozes inconfundíveis de Diva e Biús, acompanhados por uma banda de peso: Vamar, Jimmy, Tchenta, Jorge e Djassa. Amanhã, Sábado Biús regressa ao mesmo espaço com a mesma banda.
Já o Bar Lobby do Hotel Porto Grande - Oásis, poderá assistir hoje a um concerto com Edson, acompanhado pela banda residente, que acompanhará Constantino num outro concerto na noite de Sábado.
Bom fim de semana!

“Jesus Cristo Super Star” estreia agora em Lisboa


Filipe La Féria não pára. Depois das revistas de sua autoria de que tanto ouvimos falar, são as peças musicais que agora povoam a sua mente. Podemos referir Amália, Alice no País das Maravilhas ou o tão visto Música no Coração com a cantora e actriz Lúcia Moniz, a Laura da telenovela Vingança. E agora mais um sucesso, Jesus Cristo Super Star, que já esteve muitas semanas fazendo sucesso no Porto. Lisboa agora deliciar-se-á com a mais recente adaptação de Filipe La Féria. De recordar que Jesus Christ Super Star também é um dos maiores clássicos de sempre do cinema musical.
Como peça de teatro, subiu pela primeira vez aos palcos de Londres nos anos de 70 pelas mãos de Andrew Lloyd Weber, autor do nada mais, nada menos, segundo maior sucesso musical de sempre O Fantasma da Ópera, superado apenas por outro musical – Os Miseráveis, a partir da obra original de Victor Hugo.
Por aqui, sarron.com começa a trabalhar no segundo musical da companhia, O Feiticeiro de Santo Antão, adaptado por Neu Lopes, que também assina a música original. Isso só acontecerá no Verão de 2008.

“Corrupção” é um dos filmes portugueses mais vistos

Depois de O Crime do Padre Amaro, mais um filme português arrebata um grande número de cinéfilos. É que Corrupção, baseado no polémico livro de Carolina Salgado, "Eu, Carolina", é o filme português mais visto da actualidade – são mais de 8.000 pessoas que já viram o filme e continuam a dirigirem-se em massa às salas de cinema. Corrupção gira à volta do mundo do futebol, e da “compra” de árbitros, facto que tanto se ouviu falar no processo "Apito dourado", envolvendo uma das figuras mais carismáticas do futebol português – Pinto da Costa.
Nós aqui ficamos à espera do seu lançamento em DVD, ou talvez nem tanto, se formos apoiantes da pirataria.
Ah, saudades do Eden-Park!

“Planeta Terra” já está em DVD

A fantástica série televisiva da BBC que passou no canal privado português SIC está agora disponível em DVD. São 11 episódios que contaram com mais de 2000 dias de filmagens. Cerca de 40 câmaras filmaram o Planeta Terra como jamais o poderá ver. São imagens interessantes sobre a vida animal e momentos da natureza capazes de nos tirar a respiração. Se quer saber o preço dessa preciosidade acesse www.worten.pt e procure a lista de filmes à venda.

iPod, fruto proibido!!

Agora pensem bem e tirem as vossas conclusões. Numa versão bíblica moderna, qual seria o fruto proibido desejado por Adão? Seria a maçã? Claro... a apple!

iPod Mania



::::: SEM COMENTÁRIOS :::::

22 novembro 2007

Rappers Unidos comemoram 10 anos de actividades

Inserido na rúbrica Música Como Cultura levada a cabo mensalmente pelo Centro Cultural do Mindelo, este Sábado, 24 haverá um grande espectáculo de Hip Hop naquele espaço cultural. É já a décima edição do Rappers Unidos. Trata-se, segundo o Dj Letra, de uma reunião anual de trabalhos organizada sempre no mês de Novembro. Isso porque Novembro é o mês internacional do Hip Hop, e na última semana desse mês, uma actividade especial ligada ao Hip Hop acontece por todo o mundo. Este ano, por se tratar de uma data especial - o certame comemora 10 anos - a organização decidiu condecorar, com diplomas de mérito, os quatro patrocinadores que sempre abraçaram a iniciativa (Despachante Silvestre Silva, Centro Cultural do Mindelo, Luminotecnia Faísca e Atlantic Sound Productions). Alguns dos artistas envolvidos já contam com trabalhos editados em CD. Entre os presentes estarão artistas como EXPAVI, 4ª K, Aloísio dos Hip Hop Art, JNMP, um grupo de Santo Antão e outro artista de São Nicolau. A confeir no Auditório do CCM este fim-de-semana. AAAAAIIIIII!

TIM sobe aos palcos de S. Nicolau



O grupo teatral TIM - Teatro Infantil do Mindelo está em Tarrafal, São Nicolau para apresentar dois espectáculos amanhã, dia 23. A peça escolhida desta vez é "Linha de Pesca" e será agora apresentada no âmbito do encerramento do Projecto de Conservação Marinha e Costeira e também a convite da Comissão Instaladora da Câmara Municipal do Tarrafal. É a troupe de teatro infantil mais requisitada do país fazendo o que melhor sabe - teatro infantil com uma forte vertente educativa e ambiental. Aos nossos colegas, votos de felicidades e que continuem a trabalhar sempre. Estamos juntos!

18 novembro 2007

ÁfricaDOC selecciona realizadores cabo-verdianos

O ÁfricaDOC vai seleccionar quatro jovens realizadores/produtores cabo-verdianos para participar num workshop, que acontece de 2 a 14 de Fevereiro de 2008, em Bissau, capital da Guiné Bissau. Esta formação faz parte do programa para o biénio 2007-08 e é dirigido a Cabo Verde, Moçambique e Guiné-Bissau.

As inscrições, que se prolongam até 31 de Dezembro do corrente ano, são para realizadores ou produtores em início de carreira e podem ser feitas no Centro Cultural Português ou no endereço www.africadoc.org.
ÁfricaDOC é um projecto para cineastas e produtores independentes dos países africanos de línguas portuguesa e francesa e é desenvolvido numa parceria entre Luís Correia (LX Filmes/Portugal), Jean-Marie Barbe (Ardèche Images/França), Maty Gueye (Dakar Images/Senegal) e Noémie Mendelle (Scottish Documentary Institute/Escócia).
O seu principal objectivo é contribuir para o surgimento de novos cineastas nos países africanos, fazer a sua integração no mercado internacional e melhorar as competências dos realizadores e produtores para que estes possam acompanhar a evolução das tecnologias de desenvolvimento de projecto, produção e distribuição.
O projecto, que já vai no seu 5º ano, pretende ainda promover a co-produção, divulgação e circulação de obras de autores africanos entre os países de língua portuguesa, o desenvolvimento de co-produções entre africanos e entre estes e europeus, juntar televisões europeias com difusão em África à produção de obras documentais criadas por autores africanos.
O documentário “Batuque, a alma de um Povo”, do realizador cabo-verdiano Júlio Silvão, é uma das 24 produções que já beneficiaram do projecto.
in: asemana online

15 novembro 2007

“Eva” de Germano Almeida concorre a prémio ibérico

O romance “Eva”, do escritor cabo-verdiano Germano Almeida, é um dos livros, entre centena e meia, que vai concorrer à edicão 2008 do prémio literário Casino da Póvoa de Varzim, em Portugal, parte integrante do encontro de escritores de expressão ibérica “Correntes d'Escritas”.
Também Mia Couto, escritor moçambicano, concorre com “O Outro Pé de Sereia” e Pepetela, de Angola, concorre com “Predadores” a este prémio com um valor pecuniário de vinte mil euros.
O vencedor será conhecido a 12 de Fevereiro de 2008.
O “Correntes d’Escritas” tem ainda um prémio literário juvenil associado, o “Correntes d’Escritas/ Papelaria Locus” com um valor monetário de 750 euros e cujo prazo para entrega de trabalhos termina no dia 30 deste mês.
Ana Paula Tavares, escritora, Carlos Quiroga, professor da Universidade de Santiago de Compostela, Luiz Fagundes Duarte, professor da Universidade Nova de Lisboa, Maria Lúcia Lepecki, professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Patrícia Reis, escritora e editora da revista Egoísta, integram o júri que apreciará e divulgará, em Janeiro, a lista dos finalistas.
O ano 2008, por ser par, só admitiu a concurso trabalhos de romance, novela ou conto, este último só para a categoria juvenil.
No 12 de Fevereiro, primeiro dia de actividades do próximo Correntes d’Escritas, o Júri decidirá quem será o vencedor.
A obra vencedora será divulgada no dia 13, na cerimónia oficial de abertura do encontro de escritores de expressão ibérica, e o prémio, no valor monetário de 20 mil euros, simbolizado numa Lancha Poveira, será entregue na sessão de encerramento do evento, no dia 16.
Tanto este como o prémio Casino da Póvoa distinguem, nos anos ímpar, obras em poesia e, nos anos par, obras em prosa.
O encontro, que vai decorrer de 13 a 16 de Fevereiro, contará com um diversificado programa de mesas de debate, visitas de escritores a escolas do concelho, sessões de cinema, teatro e poesia, tudo para voltar a fazer da Póvoa o centro de atenções do mundo literário.


in: asemana online

Sobre “Lonji” de Tcheka

Ouvi e fiquei no ar. Não posso dizer que não tenha gostado de algumas sonoridades do CD, mas sinto um Tcheka um pouco descaracterizado. Digo mesmo que sem muita força na voz. É a primeira impressão que tenho logo que ouço a primeira faixa “Da-m bu mon”. Não ouço a voz que tanto gostei em “Djuana”, “Santa”, “Mamai Doca”, etc. Até músicas como “Amizadi si”, “Nayé”, “Satanaz” e “Agonia” deixam bastante atrás a voz de Tcheka em temas deste novo trabalho, como “Maria”, “Lonji”, “Telemóvel”, ou “Língua pretu”. Se calhar é por eu me ter habituado ao Tcheka desde os seus primórdios, pouco tempo após o desaparecimento de Pantera, em que vi um ensaio, e acompanhei o início de sua carreira com o ARKORA (Sem o Orlando). Nessa altura via-se um feeling espectacular da banda, com sonoridades que lembravam ao tempo de Pantera, contudo com algumas inovações. Penso que havia um grande equilíbrio harmónico entre os instrumentos. A guitarra de Hernâni veio trazer uma mais valia e enriquecer essa sonoridade. Se calhar é a diferença que se sente entre Argui e Nu Monda. Em Lonji há coisas que saltam à vista, ou melhor, ao ouvido. Sem dúvida alguma que o arranjo de cordas (entenda-se guitarras) tem o cunho de Hernâni Almeida. Quem conhece o trabalho de Hernâni chegará facilmente a essa conclusão. Há outras sonoridades interessantes, mais viradas para a percussão e os metais, porém sinto também que, muitas vezes, uma superlotação desnecessária desses sons. Há uma grande valorização da guitarra acústica, mas em muitos dos trechos, nota-se a ausência do baixo que poderia dá-las maior profundidade. Penso que libertaria a sobrelotação dos elementos de percussão. Fora tudo isso, penso que a música aqui perdeu muito do que originalmente a caracterizava. É claro que Lenine é um grande músico e produtor que já fez trabalhos de reconhecimento internacional. Mas será que isso teve ou terá grande impacto na música de Tcheka a nível de uma sonoridade que não se libertem totalmente das suas raízes ou terá impacto ainda maior (e de interesse da produtora) o nome LENINE em termos de marketing?
Essa é uma opinião minha. Não sou músico, mas acho que aprendi a ouvir e escutar música com alma. Convido a outras pessoas a comprarem o disco e tirar suas ilações. Mas comprem o disco mesmo. Vejam bem a ficha técnica e ouçam-no despidos de preconceitos e sem fazer mais nada. Nada de PC’s Mac’s, iPod’s e mp3. Isso é batota e não leva um artista a lado nenhum.

Neu Lopes

TCHEKA
Lonji
1. Da-M Bu Mon
2. Ana Maria
3. Tadja Korbu
4. Lonji
5. Tuti Santiagu
6. Sabu
7. Primeru Bes Kin Ba Cinema
8. Telemovel
9. Fla Mantenha
10. Lingua Pretu
11. Argui
12. Sisterna
13. Tenpul Nona Negul Pinha
14. TéTé Landin


O mais recente Lançamento. Já à venda em todas as lojas: Harmonia

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Predio central espargos
Tel: 241 38 29
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Documentário alerta para caça em série das cagarras

Depois das fotos, está prestes a sair o vídeo que revela como uma espécie endémica de Cabo Verde - a cagarra - está seriamente ameaçada de extinção. Até à próxima segunda-feira, 19, no Centro Cultural do Mindelo, a exposição de fotografias intitulada “Ilhéu Raso”, chama a atenção para o perigo que constitui a matança em série desta ave marinha. O mesmo alerta já foi registado em vídeo e, segundo o ecologista José Melo, o documentário deverá ser editado pela Associação Biosfera 1 antes do final deste ano.

José Melo é um frequentador assíduo da ilha de Santa Luzia e dos ilhéus Raso e Branco. Uma vez por mês vai observar a vida selvagem que ali se desenvolve tanto debaixo como à superfície das águas do mar. A conclusão a que chegou não é nada animadora: “Tenho presenciado alterações da vida nessa parcela do território de Cabo Verde devido ao desaparecimento não só de espécies marinhas como de aves marinhas e répteis, entre elas os lagartos que, neste momento, só existem no Ilhéu Raso”.

O caso mais grave, segundo este amante da natureza, que como outros sanvicentinos preocupados com o frágil ecossistema cabo-verdiano formaram a associação de defesa do meio ambiente Biosfera 1, é a apanha em massa de cagarras. Para José Melo, “está a aumentar o número de pescadores que vão ao Ilhéu Raso caçar cagarras. O problema é grave porque as cagarras adultas não são caçadas, apenas as juvenis, ou seja, a espécie não está a ser renovada”.

A maior prova disso, segundo Melo, “é fornecida pelos pescadores. No ano passado apanharam cerca de 27 mil cagarras. Este ano, não chegaram às 18 mil. Porquê? As cagarras adultas (que têm uma estimativa de vida de 7 a 10 anos e só põem um ovo por ano) estão a morrer porque já têm idade”. Ou seja, “estão a extinguir uma espécie que só existe em Cabo Verde, em 70 por cento do Ilhéu Raso e também lá pelas bandas do Ilhéu Rombo, junto à Brava. Não existe em nenhuma outra parte do mundo”.

Os pescadores estão conscientes dos riscos de extinção da cagarra, depreende José Melo, após várias horas de conversa com os homens do mar, a maioria originários da região de Sinagoga (Santo Antão). “Recorrem à caça da cagarra para obter mais algum rendimento para sustentar a família e, segundo me disseram, se tivessem alternativa não o fariam”, garante, acrescentando que é hora de todos - entidades municipais e centrais e cidadãos comuns - contribuírem para o fim desta prática nefasta.

Por isso, para alertar o maior número possível de pessoas, aquém e além-fronteiras, a Associação Biosfera 1 também registou em vídeo as imagens da caça e matança das cagarras, que acontece anualmente no mês de Outubro, bem como da restante vida selvagem do ilhéu Raso, nomeadamente outras aves marinhas que lá nidificam, entre elas o rabo de palha e a calhandra, e os lagartos.

Imagens que estão a ser editadas em documentário para dar a conhecer o ilhéu e a sua vida selvagem. “O meu desespero é saber que a cagarra, a calhandra e o lagarto são espécies endémicas, que não existem em nenhuma outra parte do mundo e, que dentro de anos, podem não existir mais em Cabo Verde se não pararmos com a caça para alimentação e criação como animais de estimação”, desabafa Melo.

Teresa Sofia Fortes
in: asemana online

14 novembro 2007

Família SARRON


A Companhia



Os Sarrões



As Sarronesas


Mais fotos do nosso aniversário

Um momento alegre



Teja interpreta um Fado




Doca declama o seu poema



O casal Dias assiste atentamente à declamação da Teja



Teja num momento de poesia




"Parabéns a você..."




Todos querem apagar as velas


A primeira fatia do bolo


SARRON.COM comemora 2.º Aniversario

No passado dia 11 de Novembro SARRON.COM completou o seu segundo ano de vida. A data foi comemorada com um jantar/convívio. Muita animação e boa disposição no seio do grupo que está a crescer e prepara-se para mais uma temporada de trabalhos.

Ficam algumas imagens para a posteridade




Para começar, decoração à maneira...




...com ambiente soft, propício.



Wesley Lopes (filho de Neu Lopes e Manú Lopes) abriu a noite de animação...



A animação continua com a música de Doca, acompanhado por Di Fortes




Mais tarde, jantar self-service


11 novembro 2007

"Ilhéu Raso" no CCM a partir de 12 de Novembro

A partir desta Segunda-feira, 12 de Novembro a Biosfera organiza uma esposição muito especial no Centro Cultural do Mindelo. Essa associação para a defesa do meio ambiente vem agora denunciar publicamente a responsabilidade das entidades competentes e do homem cabo-verdiano, em geral, no que diz respeito à erradicação de uma das espécies mais raras do planeta - a Cagarra . Confirma-se agora a música de Manuel d'Novas "...nêss terra ca tem cagara ta cantá na rotcha...". São apenas três espécies de cagarra em toda a Terra e esta só se encontra em Cabo Verde. A Calonectris edwardsii, de 40cm é vulgarmente conhecida por Cagarra de Cabo Verde. As maiores colónias desta ave marinha encontram-se no Ilhéu Raso (daí o título da exposição), Branco e na Ilha Brava. Um número reduzido reproduz-se em São Nicolau, Santo Antão e Santiago. Como as outras aves marinhas, só põe um ovo por ano. Vítima da acção depredadora dos pescadores, que lhe roubam os ovos e capturam os seus filhotes nos ninhos, a Cagarra carece de uma protecção imediata, sob pena da sua inevitável extinção. Aliás confirma-se que essa espécie está mesmo "no vermelho". Essa exposição apresentará imagens do Ilhéu Raso e da triste vivência, ou melhor, morte dessa espécie por apenas um naco de carne que não mata fome a ninguém, apenas serve para acompanhar uns grogues. Imagens tristes a contrastarem com a presença de cagarras vivas que a Biosfera tem vindo a alimentar e proteger. Exposição patente no CCM durante uma semana. Passe e confirme.

07 novembro 2007

SARRON.COM estará com toda a força em 2008

Nas vésperas de completar o seu segundo aniversário, a sarron.com – Companhia de Teatro põe a nu os seus projectos para 2008. O ano de 2007 não foi muito produtivo para a companhia, tendo esta apresentado ao público apenas uma peça teatral - Um Cinquintinha. Porém, em 2008 haverá uma produção ainda mais forte que o ano de seu nascimento, em que foram apresentados os incontestáveis sucessos de plateia Upgrade (bô) Democracia e Um Vez Soncente Era Sábe. A companhia está renovada, contando agora com dezanove elementos e tem, como um de seus objectivos estratégicos, tirar partido dos seus elementos, aumentando as produções, não só em quantidade, como também em qualidade. São quatro as propostas para o ano de 2008. Quatro espectáculos de géneros diferentes, partindo de cinco diferentes elementos da companhia. Para começar, a companhia que “lançou” o género musical na nova era do teatro em Cabo Verde regressará ao género, numa peça mais uma vez dirigida por Neu Lopes que, para além da adaptação dramatúrgica, assina a encenação e a direcção musical. O novo musical da sarron.com chama-se O Feiticeiro de Santo Antão, baseado num conto tradicional de mesmo nome, que inspirou a música mais conhecida por “Papá Juquim Paris”. A fonte principal é o livro "Narrativas e Contos Cabo-verdianos", de autoria de Manuel Bonaparte Figueira, editado em 1968. Contrariamente a Um Vez Soncente Era Sábe, o novo musical contará com menos actores, dando lugar a uma peça que pretende ser mais vistosa, mais física, sentimental e, sobretudo, mais espectacular. Essa é a proposta para o Verão de 2008, juntamente com a peça de menor dimensão Perdão Emília sob a direcção de Maria Teresa Assunção (Teja).

A música também estará presente num outro espectáculo, desta vez infantil – Blimundo – que, com certeza será o género novidade para a companhia que ainda não tinha sequer pensado em realizar uma peça do género. Blimundo será dirigida por Manú Lopes que não revela mais pormenores. Mas antes de todos estes espectáculos já anunciados, Hélder Lopes (Doca) e Eileen Barbosa apresentarão a proposta para Março Mês do Teatro 2008. Um trabalho baseado nos contos do livro recentemente apresentado ao público, “Eileenístico” de autoria de Eileen Barbosa. De realçar que Eileen Barbosa recebeu em 2007 dois prémios literários, com destaque para o de melhor conto, promovido pela Associação Cabo-verdiana de Escritores.
Com isso, a sarron.com continua a cumprir um dos seus principais objectivos – a promoção de textos originais dos elementos da companhia e de obras de autores cabo-verdianos.
Curiosidade: dessas três propostas, três estão ligadas à Ilha de Santo Antão.

Casa da Nha Bernarda regressa aos palcos mindelenses


O Grupo de Teatro do Centro Cultural Português – Instituto Camões sobe ao palco nos dias 16, 17 e 18 de Novembro para repor a peça Casa de Nha Bernarda baseada na obra de Garcia Lorca. A peça foi apresentada pela primeira vez há dez anos atrás. Com um elenco renovado, João Branco voltou a encenar a peça que fez as honras de abertura do Mindelact 2007. Uma história comovente onde o que fica é, sobretudo, o pranto doce e triste das mulheres abandonadas.

FICHA TÉCNICA

Título: Casa de Nha Bernarda
Autor: Garcia Lorca (da obra “A Casa de Bernarda Alba”)
Encenação: João Branco
Assistente de Encenação: Mirto Veríssimo
Adaptação Dramatúrgica: Colectivo
Cenografia: João Branco & Paulo Miranda
Figurinos: Anilda Rafael
Iluminação: Anselmo Fortes
Interpretação: Eliabete Gonçalves, Gabriela Graça, Glória Sousa, Karina Delgado, Maria Auxilia Cruz, Mirtó Veríssimo, Patrícia Alfama, Romilda Silva, Sílvia Lima, Zenaida Alfama