23 abril 2008

Morreu Aimé Césaire

O poeta franco-caribenho Aimé Césaire, um dos fundadores de um importante movimento literário que celebra a consciência negra, a Negritude, morreu na Martinica, sua terra natal, informou o Ministério da Cultura francês. Cesaire, 94 anos, era edil de Fort-de-France, principal cidade da ilha.

Aimé Cesaire encontrava-se hospitalizado desde a semana passada com problemas no coração e outros. Os seus escritos fornecem uma visão aprofundada sobre a maneira como a França impôs a sua cultura aos cidadãos de origens diferentes no começo do século 20.

Césaire e o intelectual africano Leopold Senghor - que, mais tarde, seria presidente do Senegal - fundaram em 1934 o jornal "O Estudante Negro", que encorajava as pessoas a desenvolver a identidade negra.

O escritor ficou famoso com o livro de poemas "Cahier d’un Retour au Pays Natal" (Caderno de retorno ao meu país natal), escrito no fim dos anos 1930, no qual dizia: "A minha negritude não é uma torre ou uma catedral, ela mergulha na carne vermelha do solo". Os seus poemas expressam a degradação do povo negro no Caribe e descrevem a redescoberta de uma identidade africana. A sua influência entre os líderes africanos dos países de lingua portuguesa foi apreciável.

Aimé Césaire nasceu na Martinica, Antilhas, em 1913. Em 1931 ganhou uma bolsa de estudos e foi estudar em Paris. Em 1934 fundou a revista "O Estudante Negro", com Senghor e outros militantes do movimento. Em 1936 começou a escrever e três anos mais tarde retornou à Martinica. Em 1941 fundou a revista "Trópicos". A partir de 1945 iniciou carreira na política ao ser eleito prefeito da capital, Fort de France, chegando mais tarde a ser eleito também deputado.

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