::: Acontecimento Teatral do Ano I :::
O acontecimento teatral do ano foi, sem dúvida nenhuma, a 13ª edição do Festival Internacional de Teatro do Mindelo - Mindelact 2007, que decorreu entre 08 a 23 de Setembro. Foi um evento de enorme envergadura, não só pela sua extensão - com 16 dias consecutivos com muito teatro - mas também pela qualidade e diversidade da sua programação. Mais de 30 espectáculos, apresentados por 20 companhias, oriundas de 10 países diferentes, sendo que pela primeira vez tivemos espectáculos de companhias da Argentina, Colômbia ou Marrocos. Uma edição marcada ainda pela internacionalização do Festival Off e pela quantidade significativa de acções de formação promovidas. O Festival Mindelact afirmou-se, mais uma vez, como o principal acontecimento teatral da chamada «África lusófona», sendo hoje um dos maiores eventos africanos de artes cénicas. O acontecimento do ano de 2007.
::: Acontecimento Teatral do Ano II :::
A Associação Artística e Cultural Mindelact foi distinguida com o Prémio Internacional Arco Europa, para a Qualidade e Excelência, na categoria Ouro. Trata-se de um prémio atribuído anualmente pela BID (Business Initiative Directions) em reconhecimento a empresas ou organizações em diferentes países de todo o mundo, que fomentam a cultura da qualidade. Depois de ver o seu festival internacional reconhecido com um dos mais importantes festivais de teatro do continente africano, este prémio é mais uma prova do prestígio que o teatro cabo-verdiano em geral vem granjeando no panorama internacional. O prémio foi tornado público pela instituição promotora no mês de Fevereiro e deixou todos os agentes teatrais cabo-verdianos orgulhosos. A entrega do Prémio aconteceu em Frankfurt – Alemanha – no dia 19 de Fevereiro, por altura da XXXIII Convenção Internacional ARCO EUROPA.
::: Espectáculo Teatral do Ano :::
Escolhemos como espectáculo do ano a peça "Contos em Viagem - Cabo Verde", uma produção da companhia portuguesa Teatro Meridional, e que, além de ser uma peça sobre Cabo Verde, estreou mundialmente em solo mindelense. O espectáculo, de uma beleza poética, plástica e criativa a todos os títulos notável, marcou a edição deste ano do Mindelact, deixando o público com o coração nas mãos, e que retribuiu essa inesquecível performance com um aplauso final nunca antes visto no nosso país. Os autores escolhidos incluem António Aurélio Gonçalves, Baltasar Lopes da Silva, Germano Almeida, Fátima Bettencourt, Ovídio Martins, entre outros. As palavras integram uma narrativa feita de fragmentos, por onde passam episódios, evocações e memórias, num trabalho de selecção e dramaturgia feito por Natália Luísa. A encenação é do incontornável Miguel Seabra, e a interpretação - a todos os títulos magnífica - esteve a cargo da actriz luso-caboverdiana Carla Galvão e do músico Fernando Mota. Agraciado com o Prémio Copacabana 2007 pela Associação Mindelact, o Teatro Meridional continua a mostrar porque é um dos grupos mais importantes do teatro português. João Carneiro, o crítico mais importante da actualidade em Portugal, considera esta peça «um objecto artístico exemplar». O espectáculo do ano 2007.
::: Outros destaques do Ano :::
O «Março - Mês do Teatro», na ilha de S. Vicente, foi outro dos destaques do ano, dado o enorme sucesso de público que representou, com todos os espectáculos esgotados, tendo inclusive a peça «Mulheres na Lajinha», tido a necessidade de uma representação extra, que esgotou rapidamente. Durante todo o mês o público da cidade do Porto Grande mostrou, uma vez mais, o quanto gosta de teatro, respondendo massivamente às propostas dos diferentes grupos da ilha. O Prémio de Mérito Teatral 2007, foi atribuído ao técnico de iluminação César Fortes, director técnico do festival Mindelact e o mais destacado técnico da área, sendo actualmente o técnico «de serviço» da grande diva Cesária Évora. Destacamos ainda a presença do teatro cabo-verdiano na 5ª Bienal de Arte, Ciência e Cultura, na cidade do Rio de Janeiro, naquele que é o maior festival cultural estudantil da América Latina. Com o tema central «Brasil - África: um Rio chamado Atlântico», esta Bienal organiza uma Mostra Convidada, com vários artistas africanos e brasileiros para abrilhantar este gigantesco evento cultural. As boas referências da produção teatral «Mar Alto», do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português - IC, terão sido decisivas para o convite, que em muito honrou o teatro das ilhas. O Festival da Juventude, realizado no mês de Julho, contou com uma forte componente teatral, com apresentação de espectáculos das companhias Solaris, Teatrakácia e Sarron.com de S. Vicente. Outro destaque vai para a adaptação de uma peça de Mário Lúcio Sousa, «Sozinha no Palco», por um grupo português, Cair-te Teatro Reactor, e que marca o início da internacionalização da dramaturgia cabo-verdiana. De realçar, neste balanço, a nova produção da Burbur, que no trabalho cénico «O Amoroso», contou com a participação de Francisco Fragoso, encenando uma das três componentes do espectáculo. E por falar em regressos, uma das peças mais emblemáticas do teatro cabo-verdiano do pós-independência, voltou aos palcos, 10 anos depois: com efeito, foi este o ano que voltou a trazer aos palcos a peça «A Casa de nha Bernarda», uma adaptação crioula do original de Garcia Lorca, apresentada pelo Grupo de Teatro do Centro Cultural Português - IC, e encenada por João Branco. Finalmente, destacamos a vasta actividade de dois grupos, que tem viajado um pouco várias ilhas de Cabo Verde, mostrando as suas produções: o Teatro Infantil do Mindelo, com as suas peças de índole pedagógica, e o Grupo Juventude em Marcha, do Porto Novo, que continua a arrastar multidões, por onde quer que passe.
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